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Garantias de Itália impulsionam bolsa e levam juros para mínimos de início de Agosto

As palavras de Salvini estão a acalmar o mercado secundário da dívida, apesar de os juros continuarem em níveis elevados face ao historial.

Tiago Varzim tiagovarzim@negocios.pt 05 de Setembro de 2018 às 12:25
Os juros da dívida italiana a dez anos estão a aliviar pela terceira sessão consecutiva, depois do clima de alerta que a decisão da Fitch provocou junto dos investidores. A curva dos juros mostra que os mercados continuam a ter dúvidas quanto ao futuro do Governo italiano, mas as preocupações parecem estar a aliviar. A apaziguar os investidores estão as palavras de Matteo Salvini, o vice-primeiro-ministro, que fez um discurso de aproximação a Bruxelas.

Estas três sessões de alívio para a dívida italiana surgem depois de um período marcado pela incerteza e pela venda dessas obrigações a nível internacional, tal como aconteceu nos fundos nacionais. No final de Agosto os juros transalpinos a 10 anos estavam a negociar perto (3,225%) do máximo de quatro anos atingido no pico da crise política italiana em Maio (3,429%). 

Esta quarta-feira, dia 5 de Setembro, os juros a dez anos conseguiram baixar da linha psicológica dos 3%. As obrigações italianas estão a aliviar 14,4 pontos base para os 2,874%, atingindo um mínimo de 9 de Agosto. 
O mesmo optimismo está a contagiar a bolsa italiana. Num dia em que praticamente todas as praças europeias estão pintadas de vermelho, incluindo o PSI-20 que está há sete sessões em queda, a bolsa de Milão contraria essa tendência. O índice está a valorizar mais de 1%, acumulando três sessões consecutivas de subidas. A bolsa italiana está em máximos de 16 de Agosto. 

Este alívio surge depois das declarações de Matteo Salvini, que vieram confirmar as garantias que já tinham sido dadas pelo ministro das Finanças. Esta terça-feira o vice-primeiro-ministro e líder da Liga, o partido que faz coligação com o Movimento 5 Estrelas, deu um dos primeiros - se não o primeiro - sinais de que o Governo italiano poderá mesmo seguir a estratégia que tem sido defendida por Tria.

A Liga prepara-se para aceitar o cumprimento da meta de défice orçamental imposta pela União Europeia de 3% do PIB. Isso deverá implicar que as medidas que constavam dos programas eleitorais e transitaram para o acordo da actual coligação tenham de ser implementadas de forma faseada. "Vamos tentar respeitar todas as regras [europeias], todos os constrangimentos e todos os compromissos feitos", assegurou Salvini, citado pela Bloomberg.

Segundo a Reuters, está em cima da mesa uma estratégia de implementação das medidas de forma faseada. Em causa está um rendimento mínimo para os mais pobres, cortes de impostos para cidadãos e empresas assim como a diminuição da idade de reforma ou os investimentos em infraestruturas depois da queda da ponte em Génova - tudo medidas que podem ser adiadas ou aplicadas por partes, o que suaviza o impacto orçamental ao longo do próximo ano. 
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