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Juros italianos sobem após Governo admitir défice maior e Fitch ameaçar cortar rating dos bancos
A tensão voltou ao mercado de dívida italiana. Os juros a dez anos estão a agravar-se, depois de o ministro das Finanças ter admitido aumentar o défice orçamental. Esta tendência está a estender-se a Portugal e Espanha, com os investidores a refugiarem-se na dívida alemã.
Os juros da dívida de Itália voltaram a agravar-se. Isto depois de o ministro da Economia e Finanças italiano, Giovanni Tria, ter admitido que o crescimento fraco da economia e o programa populista do governo podem conduzir a um défice superior ao esperado no próximo ano.
Estas declarações estão a levar a taxa de juro associada à dívida a dez anos de Itália a subir 13,4 pontos base para os 3,069%, depois de ter tocado um máximo de 3,108% durante a sessão.
O ministro das Finanças italiano conseguiu acalmar o mercado nos últimos dias depois de ter assegurado que as metas europeias seriam cumpridas, apesar das medidas que o executivo terá de adoptar e que poderiam agravar o défice. Esta promessa acabou por ser quebrada, pressionando os juros do país.
A penalizar o mercado de dívida italiano está ainda a agência Fitch, que decidiu cortar a perspectiva de cinco bancos italianos de "estável" para "negativa". Ou seja, poderá a curto prazo vir a reduzir os ratings do UniCredit, Intesa, Mediobanca SpA, Credito Emiliano e Banca Nazionale del Lavoro SpA.
De acordo com a agência, o corte da notação financeira poderá acontecer na sequência da descida do rating soberano. Foi no final da semana passada que a Fitch colocou o rating de Itália sob perspectiva negativa.
Esta pressão na dívida italiana já se propagou à dívida portuguesa. Esta quinta-feira, a taxa de juro associada à dívida a 10 anos de Portugal está a subir, ainda que ligeiramente, para 1,878%. O mesmo acontece em Espanha, com os juros a avançarem para 1,453%.
Os investidores estão a refugiar-se na dívida alemã a dez anos, cuja taxa está a aliviar ligeiramente para os 0,377%.