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Itália quer que BCE lance novo programa de compra de dívida pública

O Governo italiano terá pedido ao Banco Central Europeu para iniciar um novo programa de compra de dívida, após Mario Draghi ter anunciado que o actual programa iniciado em 2015 vai acabar no final deste ano.

29 de Agosto de 2018 às 10:19
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O Governo italiano quer que o Banco Central Europeu (BCE) lance um novo programa de compra de dívida pública para proteger as obrigações transalpinas da "especulação" dos mercados, avança o jornal italiano La Stampa. Mario Draghi já anunciou que as compras vão reduzir-se até ao término no final deste ano, mantendo-se apenas o reinvestimento dos montantes adquiridos.

Uma fonte oficial não identificada disse ao La Stampa que o Executivo já abordou o BCE nesse sentido e que o nome do programa pode ser diferente do actual, mas que o objectivo é o mesmo: dar continuidade à política expansionista de Mario Draghi para salvaguardar os juros que, sem a acção do BCE, pode escassar a procura pela dívida italiana. Os juros a dez anos têm-se agravado à medida que o actual Governo se insurge contra as instituições europeias.

De acordo com a Bloomberg, o BCE rejeitou comentar a notícia. Perante a notícia, o euro sofre uma queda de 0,2% para os 1,1678 dólares. No entanto, os juros italianos estão a aliviar ligeiramente depois de várias sessões de subidas. 

Anteriormente, o Executivo italiano chegou a ameaçar o Banco Central Europeu de não pagar a dívida. O possível perdão de dívida na ordem dos 250 mil milhões de euros fez rapidamente disparar os juros das obrigações italianas. Um dos sub-secretários do Executivo, Giancarlo Giorgetti, tinha também dito este mês que esperava um prolongamento do programa do BCE para proteger o país. 

Mais recentemente, os italianos anunciaram que vão opor-se ao orçamento europeu por alegado incumprimento do acordo sobre a migração. Gradualmente, os fundos têm cortado a sua exposição à dívida transalpina. A completar a incerteza estão as divisões internas sobre o rumo orçamental.

Acresce o perigo de as agências de rating piorarem a notação financeira atribuída à República italiana, o que se reflectiria no "prémio" exigido pelos investidores que queiram comprar dívida. Esta sexta-feira será a vez da Fitch Ratings de avaliar o país, mas as surpresas negativas podem vir no final de Outubro, consoante os planos do Orçamento do Estado para 2019 que será apresentado pelo Governo, altura em que a Moody's e a S&P Ratings poderão actualizar o rating da dívida italiana.

Contudo, Itália pode vir a ter a ajuda dos EUA uma vez que Donald Trump terá dado indicações de que poderá comprar dívida italiana no próximo ano. O mesmo poderá acontecer por parte da China onde o ministro das Finanças, Giovanni Tria, está neste momento em reuniões com investidores, apesar do próprio ter rejeitado essa possibilidade. 

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