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Forte procura em leilão de dívida de Itália
Itália foi ao mercado para se financiar. Vendeu obrigações a cinco e dez anos, numa operação que despertou o interesse de muitos investidores.
Itália foi ao mercado emitir obrigações, numa operação que atraiu forte procura. Este interesse dos investidores sinaliza um voto de confiança no país.
As taxas de juro das obrigações a cinco e dez anos tocaram o valor mais elevado desde Dezembro de 2013 e Março de 2014, respectivamente, neste leilão de Itália, o que reflecte os receios de que o orçamento para 2019 poderá incluir mais despesa e exercer uma maior pressão numa economia cuja dívida é muito elevada.
Contudo, este leilão de dívida – o primeiro teste ao apetite dos investidores por dívida italiana desde Julho – atraiu muitos investidores, com o Tesouro de Itália a conseguir alcançar o máximo do intervalo do financiamento previsto, avança a Reuters.
O país vendeu 7,75 mil milhões de euros de quatro obrigações – duas a taxa fixa e outras duas a taxa variável – num leilão realizado um dia antes de a Fitch Ratings avaliar o "rating" de Itália.
"[O leilão] sublinha claramente que os valores [das obrigações] alcançaram níveis nos quais os investidores se sentem muito confortáveis", afirma Christoph Rieger, responsável pela estratégia das taxas de juro do Commerzbank.
A dívida italiana tem sido abalada nas últimas semanas depois de o líder do executivo de coligação entre a Liga e o Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, ter afirmado que Itália vai opor-se ao próximo orçamento europeu.
"Nós vamos analisar todas as medidas em discussões no que toca ao orçamento europeu e vamos bloquear o que não for conveniente para nós", afirmou o político italiano, acrescentando que "os restantes Estados não estão a fazer o que não é conveniente para eles".
As "yields" das obrigações soberanas a cinco anos subiram 58 pontos base este mês, alcançando níveis que não eram registados desde Junho, quando o governo tomou posse. Os juros sobem agora 7 pontos base para 2,414%.