A Grécia chegou, em Julho, a acordo com os credores internacionais para um novo pacote de resgate no valor de 86 mil milhões de euros, depois de vários meses de impasse na sequência da eleição do executivo de Alexis Tsipras, que chegou a fazer temer uma saída do país do euro. Este contexto afastou o país dos mercados de dívida.

Fontes próximas do processo, citadas pelo Financial Times, revelam que a Grécia estará a preparar o seu regresso ao mercado, o que poderá acontecer na primeira metade do próximo ano. "Não será no primeiro trimestre mas falou-se no Verão", revelou fonte citada pelo jornal. O momento da operação "vai depender de uma positiva reacção em cadeia de acontecimentos, mas foram mantidas discussões" sobre este tema, acrescentou.

Para a concretização desta operação, disse um banqueiro, citado pelo jornal, é importante que a confiança dos investidores beneficie de uma recapitalização bem-sucedida do sector financeiro, pois "podemos ver uma repetição de 2014 – os bancos a emitir dívida, seguidos pelo Estado".

Um responsável do Banco da Grécia rejeitou que o regresso aos mercados no próximo ano fosse prematuro, mas sublinhou que mais coisas tinham que ser feitas antes que fosse definida uma data. "Temos de concluir a primeira revisão e fechar o processo de recapitalização da banca", acrescentou.

O Banco Central Europeu (BCE) revelou, na semana passada, os resultados dos testes de "stress" dos bancos gregos: têm 4,4 mil milhões de euros de necessidades de capital, no cenário base, um montante que sobe para 14,4 mil milhões de euros no cenário mais adverso.

Desde Julho de 2014 que a Grécia não emite dívida soberana. Nesta altura, o país obteve 1,5 mil milhões de euros em dívida a três anos, com uma taxa de 3,5%.