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Banca grega já apresentou às autoridades plano de recapitalização
Os quatro principais bancos gregos apresentaram ao Banco Central Europeu (BCE) e ao Mecanismo Único de Supervisão planos de acção para atrair investidores privados com vista à sua recapitalização, sabendo-se na segunda-feira se foram aprovados.
Após a publicação, no sábado passado, dos respectivos testes de resistência, os bancos tinham até hoje para detalhar a sua estratégia, embora a maior parte tenha já vindo a avançar os seus planos nos últimos dias, segundo noticia a agência Efe.
O objectivo dos bancos é assegurar as necessidades de capital, estimadas num total de 4.400 milhões de euros no caso de as variáveis económicas evoluírem de forma normal (cenário base), e uma parte considerável das necessidades adicionais de 10.000 milhões de euros caso a evolução seja negativa (cenário adverso).
A parte de capital adicional necessária que não for assegurada por investidores privados será avançada pelo Fundo Helénico de Estabilidade Financeira (FHEF) e compensada com 25% de acções e 75% de obrigações convertíveis (CoCos, em inglês).
Os títulos CoCos asseguram ao titular um rendimento anual fixo estabelecido aquando da sua emissão (neste caso 8%) e são convertíveis em acções mediante algumas condições também fixadas na altura da emissão.
Três dos quatro bancos analisados - o Banco do Pireo, o Alpha Bank e o Eurobank -- anunciaram já a intenção de cobrir a totalidade das suas necessidades de capital com recurso ao financiamento privado.
De acordo com a Efe, este exercício parece mais fácil para o Alpha Bank, que necessita de 263 milhões de euros no cenário base e de 2.743 milhões de euros no cenário adverso, e para o Eurobank, que precisa de 339 milhões de euros na melhor das hipóteses e de 2.122 milhões no pior cenário.
Por outro lado, será bastante mais complicado para o Banco do Pireo, que requer 2.213 milhões de euros no cenário base e 4.933 milhões no cenário adverso, tendo anunciado esta semana que conseguiu reduzir as suas necessidades de capital com a transformação de obrigações em acções no valor de 600 milhões de euros e com a venda -- já concluída - por 165 milhões de euros de uma sucursal no Egipto.
Quanto ao quarto banco sistémico -- o Banco Nacional da Grécia (NBG) -- anunciou que emitirá novas acções no valor de 1.600 milhões de euros para cobrir as necessidades de capital no cenário base. Já em caso de cenário adverso, o NBG espera conseguir até 800 milhões de euros com a transformação de obrigações emitidas em acções, tendo de recorrer ao financiamento do FHEF para obter o valor restante dos 4.600 milhões de euros estimados para o pior cenário económico.
Paralelamente, o NBG anunciou que irá alienar o banco turco Finansbank, que tinha adquirido em 2006 e foi avaliado em 3.400 milhões de euros. Uma vez concluída esta venda, prevista para inícios de 2016, o NBG devolverá ao FHEF o capital cedido.
Para meados de Novembro os quatro bancos têm previstas assembleias-gerais de accionistas para aprovar os aumentos de capital e dar continuidade aos respectivos processos de recapitalização, que devem estar concluídos antes do final do ano.
Caso tal não aconteça até 31 de Dezembro, os depósitos bancários superiores a 100.000 euros correm o risco de cortes parciais, já que entra em vigor a directiva europeia sobre o saneamento dos bancos.