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Bancos gregos disparam após valores de recapitalização da banca
As necessidades de capital dos bancos gregos são menores do que o previsto, o que está a impulsionar o sector em bolsa. Alpha Bank e Eurobank sobem quase 30%.
Os bancos gregos precisam de um máximo de 14,4 mil milhões de euros de capital, para colmatar necessidades calculadas no pior cenário estipulado pelo Banco Central Europeu (BCE). Este valor ficou abaixo das previsões iniciais e que apontavam para cerca de 25 mil milhões de euros.
Este factor está a elevar as acções do sector financeiro grego, com o Alpha Bank a subir 29,57%, o Eurobank a apreciar 29,03%, o Piraeus a crescer 10,75% e o National Bank of Greece a avançar 7,52%, sendo que estes últimos dois bancos são os que têm as maiores necessidades de capital.
O BCE contabilizou em 4,4 mil milhões de euros as necessidades de capital dos bancos gregos alvo de testes de stress, tendo em consideração o cenário base. Este valor dispara para 14,4 mil milhões quando analisado o cenário mais adverso e que prevê que a economia contraia 6% até ao final de 2017.
Deste total, 4,9 mil milhões de euros são necessidades do Piraeus Bank, 4,6 mil milhões do National Bank of Greece, 2,7 mil milhões do Alpha Bank e 2,1 mil milhões do Eurobank.
O Governo liderado por Alexis Tsipras já determinou como poderá o Estado ajudar os bancos a recapitalizarem-se.
Assim, 4,4 mil milhões de euros deverão ser injectados através dos accionistas e dos obrigacionistas. Ao mesmo tempo o Fundo de Estabilidade Financeira da Grécia estará pronto para injectar os restantes 10 mil milhões de euros, 25% da injecção será feita com direito a acções com totais direitos de voto nos bancos. O restante será feito através de capital contigente convertível em acções (os chamados CoCos), segundo um comunicado emitido no domingo à noite pelo Governo helénico e citado pela Bloomberg.
O milionário americano Wilbur Ross, que detém uma participação no capital do Eurobank Ergasias, considera que "os investidores não estarão confortáveis em se comprometer com novo capital para bancos que estejam na verdade nacionalizados", afirmou em comunicado citado pela Bloomberg, apelando ao bom-senso do Executivo, salientando que uma boa parte dos capitais necessários surgiram após as medidas do Governo e que deram origem à imposição de controlo de capital.