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Europa não irá enfrentar nova crise da dívida, assegura líder do Eurogrupo

Para Paschal Donohoe, este não é o tempo de a Europa assistir a uma nova crise da dívida, como aconteceu há mais de uma década. Além disso, o também ministro das Finanças da Irlanda pede cautela sobre novos empréstimos conjuntos na UE.

A mudança de posição de Dublin foi anunciada pelo ministro das Finanças irlandês, Paschal Donohoe, no final de uma reunião do Governo chefiado por Micheál Martin.
Yves Herman/Reuters
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A Zona Euro está bem posicionada para superar a volatilidade que tem assolado o mercado de dívida e está pronta para crescer este ano e em 2023. A garantia é dada pelo presidente do Eurogrupo.

 

Para Paschal Donohoe, este não é o tempo de a Europa assistir a uma nova crise de dívida, como aconteceu há mais de uma década, já que, na sua ótica, "as circunstâncias atuais são completamente diferentes do tipo de ambiente de crise em que vivíamos [nesta altura]." O também ministro das Finanças da Irlanda defendeu ainda que a atualmente a Zona Euro tem "uma arquitetura mais forte".

 

Desde a última crise das dívidas soberanas, a UE reforçou a regulação bancária e financeira dando ao supervisor europeu uma infraestrutura de combate a crises através de um mecanismo de resolução comum. Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) tem vindo a desenvolver novas ferramentas como os programas de compra de dívida.

O líder do Eurogrupo acrescentou ainda que robustez do mercado de trabalho, assim como a execução do NextGenerationEU - com 800 mil milhões de euros - são bons argumentos para acreditar que a Zona Euro conseguirá escapar a uma nova crise.

 

"Estamos todos confiantes no que toca à nossa capacidade de navegar pelo novo ambiente de mudança", frisou Donohoe, depois de na semana passada os juros das dívidas soberanas de países como Portugal, Espanha e Itália terem disparado no mercado secundário para máximos de vários anos.

 

Mais empréstimos? O cenário é diferente do início da pandemia

Sobre os apelos a que o bloco comunitário contraia mais empréstimos conjuntos para impulsionar a transição energética e outros pontos prioritários na agenda dos 27 Estados-membros, Paschal Donohoe pediu cautela.

 

"As posições dos Estados-membros ao nível da dívida e do défice são agora muito, mas muito diferentes do que eram antes da covid-19", sublinhou o presidente do Eurogrupo, para quem é preciso "continuar a ter planos para reduzir o endividamento de forma cuidadosa". "Estamos a atravessar um ambiente inflacionista", lembrou.
 

"O endividamento excessivo pode contribuir para a inflação que estamos a tentar reduzir", alertou Donohoe. Questionado sobre qual o papel do BCE neste combate contra o risco de uma nova crise da dívida e como devia o BCE executar os programas de compra de dívida na Zona Euro, Donohoe recusou-se a comentar. Considerou apenas que a autoridade monetária "fará o seu trabalho de forma independente".

Na semana passada, o BCE reuniu-se de emergência, face à escalada das "yields" das dívidas soberanas. Na altura, a instituição liderada por Christine Lagarde anunciou que vai comprar dívida de forma mais flexível, bem como acelerar a implementação de um novo instrumento "anti-fragmentação".

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