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Ferramenta anti-crise do BCE pode ser compensada com venda de dívida mais antiga
Fontes próximas do BCE garantiram à Bloomberg que os decisores de política monetária não querem comprometer o objetivo de travar a inflação. A nova ferramenta deverá estar pronta a tempo do encontro de julho.
Os decisores de política monetária estarão determinados em neutralizar as intervenções no mercado de dívida por forma a não exacerbarem as pressões inflacionistas, de acordo com as mesmas fontes. O BCE está a trabalhar numa nova ferramenta que pretende ter pronta a tempo do encontro de 21 de julho, no qual é esperado que anuncie a primeira subida de juros em mais de uma década.
Os decisores políticos explicaram que mandataram "os comités relevantes do Eurossistema em conjunto com os serviços do BCE para acelerarem a completude do desenho do novo instrumento anti-fragmentação para a consideração do Conselho do BCE".
O encontro aconteceu no seguimento de um agravamento expressivo dos juros das dívidas soberanas da Zona Euro. Países como Portugal ou Itália viram as "yields" dispararem para máximos de vários anos, superando os 3% e 4%, respetivamente.
"A pandemia deixou vulnerabilidades duradouras na economia da Zona Euro que estão de facto a contribuir para a transmissão desigual da normalização da nossa política monetária entre as várias jurisdições", sublinhou o banco central sobre a situação.
Depois do anúncio, os juros das dívidas soberanas na Zona Euro registaram um forte alívio na sessão de quarta-feira, estando nesta sessão a ser alvo de correções. O "benchmark" europeu, as Bunds alemãs a 10 anos, agravam em 16 pontos base para 1,799%. Entre os países do sul da Europa, a "yield" das obrigações de Itália com a mesma maturidade sobem 2 pontos base para 3,821%, a de Espanha soma 9,4 pontos para 2,968% e a de Portugal avança 7,2 pontos para 2,907%.