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EDP paga menos de 0,5% para emitir obrigações "verdes" a sete anos
A elétrica colocou mais 100 milhões de euros do que o previsto inicialmente e a taxa de juro baixou substancialmente até ao fecho da operação.
Já fechou a emissão de obrigações verdes que a EDP Finance colocou esta terça-feira no mercado. A elétrica angariou 600 milhões de euros, o que supera o objetivo inicial (500 milhões de euros), sendo que o preço da emissão de títulos a sete anos ficou bem abaixo do perspetivado no início da operação.
O initial price talk (IPT), que corresponde à taxa de juro oferecida pela EDP quando a emissão foi lançada, apontava para um spread entre 100 e 105 pontos base, o que colocava o preço desta operação nos 0,643% (a taxa "midswap" do euro a sete anos estava esta manhã nos -0,357%).
Contudo, no final da operação o spread foi fixado nos 77 pontos base, pelo que as obrigações verdes da EDP a sete anos vão pagar uma "yield" de 0,428%.
A taxa de cupão foi de 0,375%, o que representa a taxa mais baixa de sempre suportada por uma companhia portuguesa numa emissão de longo prazo.
O preço da operação ficou em menos de um quarto do registado na emissão comparável que a empresa liderada por António Mexia realizou há menos de um ano. A última vez que a EDP emitiu obrigações verdes foi em outubro de 2018, tendo-se financiado também em 600 milhões de euros e no prazo a sete anos.
A taxa de juro na altura foi de 1,959%, sendo que o "midswap" estava nos 0,750%. Na altura, o prémio pago pela EDP foi de 123 pontos base. Ou seja, a EDP beneficiou não só da descida substancial das taxas de juro do mercado (que agora estão em terreno negativo), mas também da perceção de risco que o mercado está a atribuir à EDP (o spread baixou quase 50 pontos base ).
A elétrica terá aproveitado o apetite dos investidores para aumentar o montante colocado e baixar o custo desta emissão. Segundo dados da Bloomberg, a procura totalizou 1,2 mil milhões de euros, o que duplica o valor emitido.
Os bancos que estão a realizar a operação são o Bank of America Merrill Lynch, o BBVA, o Citi, Commerzbank, ICBC, ING, JPMorgan, Mizuho e Société Générale, de acordo com a Bloomberg.
As "obrigações verdes" consistem numa forma de financiamento de projetos que tenham como objetivo principal a conservação e a sustentabilidade do meio ambiente.