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Costa: "Faz pouco sentido" manter 'rating' de Portugal como se estivéssemos em 2011

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje que faz "pouco sentido" que as agências de 'rating' mantenham a notação de Portugal "como se nada tivesse acontecido desde 2011" na situação económica e financeira do país.

Miguel Baltazar
30 de Maio de 2017 às 13:50
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"É manifesto que a situação hoje em Portugal é muito diferente da situação de 2011. Manter a avaliação do 'rating' hoje como se nada tivesse acontecido desde 2011 faz pouco sentido", disse o chefe do Governo, no final da cimeira entre Portugal e Espanha que decorreu entre segunda-feira e hoje em Vila Real.

 

A recomendação de Bruxelas de que Portugal saia do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) "só reforça esta ideia", prosseguiu António Costa, valorizando que a Comissão Europeia reconheça que "há confiança na economia portuguesa".

 

"Temos hoje um sistema financeiro estabilizado, estamos a crescer com um ritmo muito acentuado (...) todos os sinais que temos é que este trimestre vamos acelerar outra vez o nosso crescimento", prosseguiu o primeiro-ministro, para quem não será uma surpresa um evoluir positivo da posição das agências de 'rating' sobre Portugal.

 

Hoje, também o comissário europeu dos Assuntos Económicos considerou que o desempenho económico de Portugal, que já resultou na saída do PDE, merece uma avaliação mais positiva por parte das agências de notação financeira.

 

"Quando o desempenho macroeconómico melhora, e é esse o caso, e quando as finanças públicas estão mais em ordem, mesmo que subsistam problemas de dívida que não podem ser subestimados, então não será ilógico que aqueles que avaliam a economia portuguesa se dêem conta de que os riscos não podem ser olhados hoje com os óculos de ontem, e que há boas razões de confiar mais em Portugal hoje, o que não era o caso no passado", declarou Pierre Moscovici, perante a comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

 

Ressalvando que "não cabe à Comissão Europeia falar directamente com as agências de notação", Moscovici, que respondia a uma questão do eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira, sobre se Portugal poderia esperar uma subida do 'rating' após ter saído do PDE, disse que aproveitava a questão para passar a sua mensagem de que "o que se passa em Portugal merece ser olhado de forma positiva e os desenvolvimentos devem reforçar a confiança em Portugal".

 

O comissário francês reforçou que a saída de Portugal do PDE, decidida na semana passada pelo executivo comunitário, "recompensa os esforços importantes feitos por Portugal", e observou que, embora não tenham alterado a nota à dívida de longo prazo do país (que permanece em 'não investimento', ou 'lixo'), as agências de 'rating' constataram "uma orientação positiva".

 

A 29.ª cimeira bilateral entre Portugal e Espanha arrancou na segunda-feira e terminou hoje, em Vila Real, com os executivos de ambos os países a assegurarem reforço da cooperação transfronteiriça em áreas como energia, infraestruturas e ambiente.

 

As cimeiras ibéricas são reuniões anuais bilaterais lideradas pelo chefe do Governo de Espanha e pelo primeiro-ministro de Portugal e nas quais se discutem questões de interesse para ambos os executivos e projectos de cooperação entre os dois países.

 

Esta foi a primeira reunião do género com António Costa como chefe do Governo de Portugal, já que em 2016 não decorreu a cimeira devido à conjuntura política de Espanha, na altura com um executivo de gestão.

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