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Fecho dos mercados: Bolsas descem e juros sobem com a Grécia. Petróleo ganha com dados dos EUA
Após duas sessões de ganhos, a bolsa nacional regressou às quedas, acompanhando a tendência negativa das restantes praças europeias, com os investidores a revelarem alguma cautela perante a situação na Grécia. Isto num dia em que tanto o euro como o petróleo valorizaram, ambos a reflectirem os dados do emprego nos EUA.
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Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,27% para 5.617,71 pontos
Stoxx 600 perdeu 0,42% para 385,46 pontos
S&P 500 desvaloriza 0,07% para 2.075,94 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal subiu 7,7 pontos base para 3,009%
Euro soma 0,33% para 1,1090 dólares
Petróleo sobe 1,16% para 62,73 dólares por barril
Bolsa nacional recua acompanhando a Europa
A bolsa nacional terminou a sessão em queda, acompanhando a tendência das restantes praças europeias com excepção do índice britânico, o FTSE, que apresentou uma valorização de 0,33%. Enquanto o PSI-20 perdeu 0,27%, o Stoxx 600 encerrou a perder 0,42%, com os investidores a revelarem alguma cautela perante a aproximação de um fim-de-semana que será marcado pelo referendo na Grécia.
A penalizar o mercado português estiveram, essencialmente, os títulos do sector financeiro, os mais vulneráveis à tensão grega. O BCP perdeu 2,39%, recuando para 7,76 cêntimos, destacando-se nas quedas, já o BPI perdeu 1,80% para 1,037 euros. A queda dos bancos anulou dos ganhos apresentados pela EDP e a EDP Renováveis. A eléctrica somou 1,87%, já a EDP Renováveis subiu 1,98%.
Juros portugueses novamente acima de 3%
Os juros da dívida portugueses subiram em todos os prazos, embora tenham sido agravamentos ligeiros e em linha com os registados na generalidade dos países do euro numa altura em que se mantém o impasse quanto a um acordo entre os credores e a Grécia. Mas a subida levou a taxa a 10 anos para cima da fasquia dos 3%.
A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos agravou-se em 7,7 pontos, avançando para 3,009%, ao passo que em Espanha a taxa subiu 3,4 pontos para 2,311%. Na Grécia, o juro a 10 anos desceu 25,2 pontos para 14,732%. Mesmo na Alemanha registou-se um agravamento, mas menor do que nos restantes países. O prémio de risco da dívida nacional face às "bunds" agravou-se, assim, para 216 pontos.
Euribor recuam em todos os prazos
As Euribor desceram em todos os prazos. A taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, foi hoje fixada em 0,048%, actual mínimo registado pela primeira vez a 2 de Junho, abaixo dos 0,049% da sessão anterior. No prazo a três meses, que está em "terreno negativo" desde 21 de Abril, a taxa fixou-se em -0,015%, abaixo dos -0,014% registados na sessão anterior.
Euro recupera após duas sessões em queda
O euro avançou após duas sessões marcadas por quedas acentuadas. A moeda única seguia a valorizar 0,33% para 1,1090 dólares, depois de ter sido revelado que o número de postos de trabalho nos EUA aumentou em 223.000 em Junho, com a taxa de desemprego a recuar para 5,3%. Contudo, os dados sobre os salários, que estagnaram, levaram os investidores a reduzir a aposta na subida da taxa de juro por parte da Fed. Sem a perspectiva de juros mais elevados, o dólar perde margem de progressão contra a divida da Zona Euro.
Petróleo sobe com perspectiva de mais consumo
O petróleo recuperou das fortes quedas registadas na sessão anterior, seguindo a valorizar mais de 1% nos mercados internacionais. O Brent, negociado em Londres, avançava 1,16% para 62,73 dólares, já o West Texas Intermediate, transaccionado nos EUA, somava 1,02% para 57,53 dólares. A puxar pelas cotações da matéria-prima estiveram os dados do emprego nos EUA que fizeram aumentar a perspectiva de maior consumo de combustíveis por parte dos consumidores norte-americanos.
Cobre ganha com economia dos EUA
O cobre avançou pela segunda sessão consecutiva, beneficiando da divulgação dos dados do emprego nos EUA. O metal, considerando um termómetro da economia, avançou 0,27% para 2,6375 dólares por libra-peso, depois de ter sido revelada que o número de postos de trabalho nos EUA aumentou em 223.000 em Junho, com a taxa de desemprego a recuar para 5,3%. Este dado veio aumentar a expectativa quanto à maior procura por cobre, mas não foi suficientemente positivo para manter as apostas numa subida da taxa de juro da Fed, o que ditou uma descida da cotação do ouro. O metal precioso recuou 0,42% para 1.163,83 dólares por onça.
Destaques do dia
FMI: Grécia precisa de pelo menos 36 mil milhões de euros da Europa – O Fundo Monetário Internacional efectuou uma análise à sustentabilidade da dívida pública da Grécia, tendo concluído que será necessário um "haircut" caso o país não implemente reformas e que a Europa tem de emprestar pelo menos 36 mil milhões de euros ao país.
Varoufakis: "Podemos muito bem demitir-nos" se o "sim" ganhar – Yanis Varoufakis, o ministro das Finanças grego, é o primeiro membro do Governo a dizer claramente que o Executivo deverá apresentar a demissão caso o "sim" ganhe no referendo de domingo. Quanto a si é explícito: se o "sim" ganhar, "não serei o ministro das Finanças" na segunda-feira, admite Varoufakis, em entrevista à Bloomberg.
S&P corta "rating" para a Grécia e diz que impacto de "Grexit" será contido - A marcação do referendo levou ao corte da notação financeira da S&P para a Grécia em um nível. A agência atribui agora uma probabilidade de 50% a um 'Grexit', mas prevê que o impacto na Zona Euro será contido.
BCE passa a comprar dívida da ENMC e Infraestruturas de Portugal - Mario Draghi fez sempre questão de afastar os receios quanto à falta de títulos disponíveis para as compras de activos do BCE. Contudo, a instituição monetária anunciou, esta quinta-feira, o alargamento das compras a outro tipo de entidades. Entre estas, estão duas empresas estatais portuguesas.
O que vai acontecer hoje/amanhã
Bolsas fechadas nos EUA – Os mercados norte-americanos estarão encerrados em antecipação ao Dia da Independência, feriado nacional de 4 de Julho.
PMI da Zona Euro – Será revelado o índice de gestores de compras (PMI) da Markit para os serviços, relativo a Junho. A estimativa final deverá revelar uma manutenção nos 54,4 pontos, de acordo com os analistas consultados pela Bloomberg.