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BCE justifica volatilidade nos mercados com melhorias da economia
Há uma maior volatilidade no mercado. Os responsáveis do BCE reconhecem-na e justificam a subida dos juros da dívida soberana com a melhoria das perspectivas para a inflação. Mas a incerteza em torno da Grécia também está a agitar os mercados.
O Banco Central Europeu (BCE) nota que, desde a reunião de 15 de Abril, houve "uma maior volatilidade e subida nos juros das obrigações, que tiveram efeitos de contágio nos mercados de dívida mundiais". Um efeito que, justifica, deve-se essencialmente à melhoria das perspectivas para a economia.
"Vários indicadores da actividade e sentimento económico da Zona Euro aumentaram, justificando, assim, as perspectivas de que a economia estará gradualmente a recuperar", justifica os responsáveis do Conselho do BCE, nos relatos da reunião de 3 de Junho. O documento divulgado esta quinta-feira, 2 de Julho, indica ainda que "a recuperação das expectativas e dos dados da inflação começaram também a atrair a atenção dos analistas".
Contudo, a instituição monetária da Zona Euro reconhece que os fundamentais não poderiam justificar uma subida tão acentuada nos juros da dívida. Por isso, dizem os responsáveis, "factores técnicos nos mercados também deverão ter contribuído para a tendência", como o aumento das emissões de dívida em Maio, sem que tenham havido significativos reembolsos de linhas de obrigações.
Já em relação à volatilidade que tem sido sentida no mercado, o BCE considera que há razões para esperar que "irá persistir num ambiente de baixas taxas de juro, no qual os preços dos activos tendem a ser mais voláteis". Mas os responsáveis apontam ainda o dedo à Grécia. "Os vigentes riscos geopolíticos e a contínua incerteza sobre o resultado das negociações entre um Governo da Zona Euro e os credores oficiais são também vistos como prováveis fontes de incerteza e volatilidade nos mercados", concluem.