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Draghi: "Recuperação está no caminho certo, mas perdeu algum ritmo" (act)

O BCE manteve as previsões de crescimento para a Zona Euro, mas diz que esperava recuperação um pouco mais forte. Abrandamento das economias emergente prejudica. Previsões para inflação e crescimento mantiveram-se quase inalteradas.

BCE
03 de Junho de 2015 às 14:13
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O presidente do BCE reafirmou esta quarta-feira, 3 de Junho, a confiança da instituição na recuperação da actividade económica e inflação na Zona Euro nos próximos anos, reforçou a intenção de manter o plano de compra alargada de activos pelo menos até Setembro de 2016, e reclamou mais uma vez a importância de reformas estruturais na Zona Euro. Mas revelou também que neste momento o BCE já esperava sinais um pouco mais fortes da economia. A responsabilidade é das economias emergentes, defende. Ainda assim, Mario Draghi manteve quase intactas as previsões de crescimento e inflação que o BCE publicou em Março.

 

O BCE espera que a economia da Zona Euro cresça 1,5% em 2015, 1,9% em 2016 e 2% em 2017, valores que comparam com os 1,5%, 1,9% e 2,1%, respectivamente, divulgados há um mês. Mas, ao contrário do que havia afirmado em Maio, perante estes dados Draghi limitou-se a afirmar que espera que a "recuperação se alargue" nos próximos meses, não acrescentando a expectativa de que fique mais forte revelada há um mês.

 

Questionado, o líder do BCE reconheceu a intenção na alteração de linguagem: "A recuperação está a correr no caminho certo, mas nós esperávamos valores um pouco mais elevados, e mais elevados do que as nossas projecções. Alguns indicadores apontavam para isso. Houve portanto alguma perda de ritmo, principalmente devido ao abrandamento de economias fora da Zona Euro, particularmente as economias emergentes", explicou.

 

O BCE avançou ainda novas previsões de inflação, e espera agora para aumentos de preços de 0,3% em 2015, 1,5% em 2016 e 1,8% em 2017, o que compara com a previsão de há três meses de 0% em 2015, 1,5% em 2016 e 1,8% em 2017.

 

O preço do cabaz representativo de bens e serviços adquiridos pelos consumidores da Zona Euro aumentou 0,3% em Maio face ao mesmo mês de 2014, revelou terça-feira, o Eurostat, o gabinete de estatística da União Europeia. O valor da inflação – ainda uma estimativa rápida – saiu ligeiramente acima da expectativa dos analistas consultados pela Bloomberg (0,2%) e representa o primeiro aumento homólogo de preços em seis meses.

O presidente da autoridade monetária não se mostrou surpreendido sobre a aceleração da inflação – que vai ao encontro das suas expectativas, garante –, reforçou que "a recuperação cíclica da economia deve ser acompanhada por eficazes reformas estruturais", e enfatizou que o plano é continuar com o programa de compra de títulos, pelo menos até Setembro de 2016. E para isso apresentou vários argumentos.

Por um lado, as compras de títulos estão a correr bem e ao ritmo planeado (cerca de 60 mil milhões de euros por mês), não enfrentam problemas técnicos como dificuldades em encontrar dívida pública disponível, e há já sinais positivos na recuperação da inflação. Por outro, frisou, as previsões de recuperação económica do "staff" do BCE "são condicionais à implementação completa das medidas de política monetária que estão no terreno", frisou.

Finalmente, Draghi desvalorizou as recentes preocupações nos mercados face a um aumento de volatilidade (e à recente subida de juros): "devemos habituar-nos a um pouco mais volatilidade", atirou, defendendo a importância de uma condução estável da política monetária.


(notícia actualizada às 16h25 com mais informação)





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