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Fecho de mercados: Incerteza na Grécia arrasta bolsas, petróleo e euro. Juros disparam

Acções, petróleo e euro voltaram a afundar, com os investidores cada vez mais nervosos em relação às negociações com a Grécia, depois da vitória do "não" no fim-de-semana. Já os juros gregos dispararam.

Bloomberg
06 de Julho de 2015 às 17:15
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Os mercados em números

PSI-20 desceu 3,81 para 5.366,84 pontos

Stoxx 600 recuou 1,24% para 378,68 pontos

Nikkei desvalorizou 2,08% para 20.112,12 pontos

"Yield" 10 anos de Portugal subiu 23,2 pontos base para 3,174%

Euro cai 0,46%, para 1,1063 dólares

Petróleo cede 5,09% para 54,03 dólares por barril, no mercado nova-iorquino

 

Bolsa de Lisboa destaca-se nas quedas numa Europa no "vermelho"

 

A praça portuguesa protagonizou uma das quedas mais acentuadas, com o PSI-20 a cair mais de 3,5%, num dia em que a Grécia voltou a centrar todas as atenções. Com a bolsa helénica encerrada, o mercado accionista nacional foi um dos mais penalizados, numa sessão em que todos os índices na Europa perderam. O PSI-20 caiu 3,81%, uma desvalorização apenas superada pela bolsa italiana, que perdeu 4,03%. Depois de uma semana em que as negociações entre a Grécia e a Europa subiram de tom, com os líderes europeus a exigirem que o governo grego realizasse um referendo no país, o resultado desta consulta popular veio agravar a incerteza em torno do país. O referendo deu a vitória ao "não" com 61,31% dos votos, sendo que o "sim" obteve 38,69%, com os gregos a rejeitarem assim as propostas dos credores.

 

Em Lisboa apenas a Jerónimo Martins fechou com uma queda inferior a 2%, sendo que 15 cotadas caíram mais de 3%. A banca foi a principal responsável pelo mau comportamento da praça lisboeta. O BCP liderou as descidas, ao tombar 6,98%, para 0,072 euros, enquanto o BPI desvalorizou 6,17%, para 0,973 euros. Já na energia, EDP e EDP Renováveis perderam mais de 3%, para 3,35 e 6,277 euros, respectivamente. A Galp caiu 3,58% para 10,095 euros.

 

Juros da periferia disparam

Tal como aconteceu nas acções, também o mercado da dívida esteve a reflectir os receios dos investidores em relação à crise grega. Num momento em que a saída da Grécia é uma possibilidade cada vez mais apontada por vários responsáveis, os juros do país voltaram a disparar. A "yield" a 10 anos subiu 344,3 pontos base, para 18%, enquanto o juro a dois anos está já a negociar acima de 53,5%.

 

Em Portugal, a linha a 10 anos fechou a negociar em 3,174%, 23,2 pontos acima da última sessão. Já a dívida alemã continua a servir de refúgio para os investidores. A taxa a 10 anos recuou 2,3 pontos base, para 0,768%, a beneficiar do seu estatuto de activo de refúgio.

 

Euribor regressa a mínimos

Depois de duas sessões inalterada, a Euribor a três meses regressou a mínimos históricos. O indexante, um dos mais utilizados pelos portugueses nos seus créditos à habitação, recuou de -0,015%, para -0,016%, esta segunda-feira. A taxa tem vindo a renovar mínimos em valores negativos desde Abril, altura em que baixou pela primeira vez o zero.

 

Euro em mínimos de uma semana

A moeda única europeia segue a negociar em mínimos de uma semana, face ao dólar. O euro recua 0,46%, para 1,1063 dólares, com a divisa europeia a reagir ao "não" dos gregos às condições impostas pelos credores à Grécia. A situação grega deverá continuar a dominar a negociação, num momento em que os investidores aguardam a reunião de líderes que decorre já esta terça-feira.

 

Petróleo afunda 5% em Nova Iorque

Os preços do petróleo estiveram a acompanhar as quedas dos mercados accionistas. Em Nova Iorque, o crude cai cerca de 5%, para 54,03 dólares por barril, com a matéria-prima a ser castigada pelos receios que a falta de um acordo para a Grécia venha penalizar a estabilidade da economia europeia. Além dos riscos na Europa, a crise da bolsa chinesa está também a pressionar a negociação do "ouro negro", com os investidores a recearem que a correcção do mercado accionista contribua para arrefecer a economia chinesa.

 

Subida do dólar penaliza ouro

O metal precioso está a desvalorizar esta segunda-feira, a acompanhar o mau comportamento das matérias-primas e dos mercados accionistas, depois da vitória do "não" no referendo grego ter vindo intensificar os receios que a Grécia abandone o euro. O ouro desliza 0,2%, para 1.166,30 dólares por onça, no mercado nova-iorquino, com o metal a ser pressionado pela valorização do dólar, um movimento que reduz a atractividade do investimento em activos denominados em dólares.

 

Destaques do dia

 

Minuto-a-minuto: Tsipras compromete-se com Merkel a apresentar novas propostas na cimeira de amanhã. Depois da vitória do "não" no referendo grego, os responsáveis europeus avisam que não será mais fácil chegar a acordo, mas assinalam que o lugar da Grécia é na Zona Euro. Merkel e Hollande reúnem-se hoje e amanhã haverá uma cimeira de líderes da Zona Euro, na qual Tsipras deverá apresentar novas propostas. Os bancos vão continuar fechados e os mercados estão a negociar em queda. Acompanhe aqui os acontecimentos.

 

Bancos gregos vão continuar fechados "mais alguns dias". O governo grego vai aprovar um novo decreto que visa prolongar o período de fecho dos bancos do país, noticiou a agência Reuters, que cita fontes do sector financeiro.

 

Passos Coelho considera que "integridade do euro" não está em causa. O primeiro-ministro de Portugal considera que "a integridade do euro" não está em causa, depois da vitória do "não" no referendo de domingo, na Grécia.

 

Varoufakis demite-se para facilitar negociações no Eurogrupo. Yanis Varoufakis, ministro grego das Finanças, apresentou a sua demissão. Num testemunho no seu blog, Varoufakis explica a sua saída pelo facto de membros do Eurogrupo preferirem a sua "ausência" dos encontros. "Uma ideia que o primeiro-ministro considera potencialmente útil para chegar a um acordo", escreve.

 

Bruxelas: O lugar da Grécia continua a ser na Zona Euro: O vice-presidente da Comissão Europeia disse esta segunda-feira que a vitória do "não" tornou mais complicado o contexto para as negociações do que poderá ser um terceiro resgate para a Grécia. Garante que a estabilidade da Zona Euro, e de países como Portugal, está assegurada.

 

O que vai acontecer amanhã

 

Cimeira Europeia. Líderes europeus voltam a encontrar-se para debater situação grega.

 

Irão. Prazo limite definido para alcançar um acordo nuclear com o Irão. 

 

Banco de Portugal. Estatísticas de Instituições Financeiras Monetárias, em Maio. 

 

EUA. Administração de Informação de Energia dos EUA publica relatório de antevisão de curto prazo sobre o mercado petrolífero e de gás natural.

 

INE. Estatísticas do Comércio Internacional, em 2014.

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