Notícia
Fecho de mercados: Bolsas e euro sobem à espera de desenvolvimentos na Grécia. Petróleo segue no vermelho
A perspectiva de que a Grécia e os credores cheguem a um acordo até ao próximo dia 12 de Julho levou a uma subida generalizada entre as principais praças europeias. A beneficiar estiveram também os juros da dívida da maioria dos países periféricos, ao passo que o petróleo voltou a ser penalizado, desta feita pelos dados das reservas nos EUA.
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Os mercados em números
PSI-20 subiu 1,41% para 5.320,44 pontos
Stoxx 600 avançou 0,04% para 372,88 pontos
S&P500 recua 1,34% para 2.053,52 pontos
Yield das obrigações do Tesouro a 10 anos cai 12,0 pontos base para 3,021%
Euro valoriza 0,63% para 1,1080 dólares
Petróleo em Londres desce 0,99% para 56,29 dólares por barril
Bolsas europeias regressam aos ganhos à espera de desenvolvimentos na Grécia
As bolsas europeias regressaram esta quarta-feira aos ganhos, com o PSI-20 a destacar-se nas subidas. Os principais índices europeus estiveram assim a aliviar das descidas registadas nas últimas sessões, depois de os líderes europeus terem dado até domingo para que a Grécia submeta novas propostas para conseguir mais ajuda financeira. Os investidores continuam focados no desfecho das negociação com a Grécia, num momento em que um cenário de saída do país do euro é já admitido pelos responsáveis europeus.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, apresentou um pedido para o terceiro resgate, ao mesmo tempo que fez uma intervenção no Parlamento Europeu onde defendeu novamente um debate sobre reestruturação da dívida. O Governo grego tem agora até à meia-noite de quinta-feira em Bruxelas (23h de Lisboa) para apresentar as suas propostas detalhadas de reformas, sendo que domingo será mesmo o dia decisivo.
O índice português subiu 1,41%, a segunda maior valorização na Europa, logo a seguir à bolsa italiana, que valorizou 2,64%. A determinar os ganhos em Lisboa estiveram os títulos do sector da banca e da energia, os mesmos que têm estado a penalizar a negociação nos últimos dias. O BCP somou 2,86% para 7,2 cêntimos, enquanto o BPI valorizou 1,38% para 95,8 cêntimos. já na energia, a Galp subiu 2,94% para 10,08 euros, enquanto a EDP e a EDP Renováveis subiram 2,02% para 3,377 euros e 2,63% para 6,241 euros, respectivamente.
Euribor estabilizam em mínimos
A Euribor a três meses permaneceu inalterada esta sessão. O indexante, um dos mais utilizados pelos portugueses nos seus créditos à habitação, manteve-se em -0,018%, um novo mínimo histórico registado pelo indexante na sessão anterior. A taxa a três meses tem vindo a renovar mínimos negativos nos últimos meses, a reflectir a política monetária de juros historicamente baixos na Europa.
Euro recupera terreno
A moeda única europeia está a valorizar face à divisa americana esta quarta-feira. O euro avança 0,63% para 1,1080 dólares com os investidores focados nas negociações da Grécia com os líderes europeus. A divisa europeia está assim a recuperar das quedas recentes, depois de ontem ter chegado a negociar abaixo da fasquia de 1,10 dólares. Os investidores aguardam também a divulgação das minutas da Reserva Federal dos EUA relativas à última reunião de política monetária do banco central americano.
Juros recuam na maioria dos periféricos
Os juros da dívida soberana portuguesa voltaram a cair esta quarta-feira. Em linha com as quedas registadas em Espanha e Itália, a taxa das obrigações nacionais a 10 anos caíram 12,0 pontos base para 3,021%. Após a subida de 24,3 pontos na segunda-feira, a quedas das duas sessões seguintes já ascendeu a 16,3 pontos, anulando mais de metade do impacto da vitória do "sim" no referendo na Grécia. Ao contrário de Portugal, a "yield" da Alemanha a 10 anos sobe 2,8 pontos para 0,671%, o que levou a uma queda do "spread" de Portugal para 235,01 pontos.
Já a dívida grega está a registar uma subida acentuada. A taxa de juro implícita na dívida a dois anos da Grécia está a subir 104,9 pontos base para 58,533%, elevando para 2.264 pontos base (ou 22 pontos percentuais) a subida em três dias – desde o resultado do referendo.
Petróleo mantém tendência de queda
A cotação da matéria-prima continua a recuar. O Brent, negociado em Londres, está a recuar 0,99% para 56,29 dólares por barril, ao passo que o WTI, em Nova Iorque, cai 2,35% para 51,10 dólares. Esta é a quinta sessão consecutiva de perdas, num dia em que a agência de energia norte-americana anunciou que os inventários nos EUA voltaram a crescer. Após várias semanas de quedas, as reservas sobem, assim, pela segunda vez consecutiva, desta feita em 384 mil barris.
Minério de ferro em mínimo de seis anos
O minério de ferro afundou em força na última sessão. A cotação da matéria-prima, negociada na China, caiu 10,1% para 44,59 dólares por tonelada métrica, o valor mais baixo desde, pelo menos, Maio de 2009, início dos dados da Bloomberg. A pressionar o minério de ferro está os receios de que a procura na China abrande, com as autoridades a tentar travar as fortes quedas da bolsa. Até porque a matéria-prima iniciou as quedas um dia antes do máximo da bolsa de Shanghai, acumulando desde 11 de Junho uma desvalorização de 32,04%.
Destaques do dia
Grécia pede novo empréstimo europeu e deixa cair perdão de dívida. O governo grego formalizou esta manhã o terceiro pedido de empréstimo aos demais países do euro. Pede um resgate para os próximos três anos destinado a cobrir as dívidas contraídas e recapitalizar de novo os seus bancos. Atenas deixou cair perdão de dívida e diz-se disposta a implementar na próxima semana reformas fiscais e nas pensões. Não explica em que moldes. Detalhes são esperados amanhã.
PJ faz buscas em todo o país por fraude no SNS. Bial é um dos alvos. A Polícia Judiciária está a realizar buscas em vários pontos do país no âmbito de uma operação de combate à corrupção no Serviço Nacional de Saúde (SNS). As buscas têm como objectivo o grupo Bial, refere a agência Lusa.
Comprador do Novo Banco livre para resolver papel comercial. Quando a venda do Novo Banco estiver concretizada, comprador terá liberdade legal para resolver problema do papel comercial. Mas BCE pode impor limitações à solução. Também Bruxelas pode levantar obstáculos. Clientes mantêm protestos.
O que está a acontecer com as acções na China? André Veríssimo, director-adjunto do Negócios, explica o que se está a passar com os mercados chineses e os impactos que podem ter. Perceba a situação na China.
Noyer defende BCE: Não podia ser mais flexível com a Grécia. O presidente do banco central francês, um dos governadores do BCE, diz que a flexibilidade de Frankfurt para com a Grécia está no limite. Euro vive sem a Grécia, defende em entrevista.
O que vai acontecer amanhã
Banco de Inglaterra. Banco central avalia revisão da taxa de juro.
FMI. Fundo Monetário Internacional actualiza o World Economic Outlook.
Alemanha. Exportações, em Maio [anterior: 1,9%; estimativa: -0,8%].
Alemanha. Saldo da balança comercial, em Maio [anterior: 22,1 mil milhões de euros; estimativa: 20,6 mil milhões de euros].