Dados macro animam Europa no último dia de uma semana de quedas fortes

As bolsas europeias terminaram a semana a ganhar, com dados dos EUA e da Alemanha a animarem os investidores, no fim de uma semana marcada por quedas acentuadas. 

O Stoxx 600, índice de referência para a região, ganhou 0,29% para 459,28 pontos. No entanto, no acumulado da semana o índice desceu 2,4%, a pior semana desde a primeira de julho. 

A influenciar a sessão estiveram os dados do emprego dos Estados Unidos, que mostraram que o mercado laboral nos EUA abrandou, mas o relatório também indicou que os salários continuam a aumentar, o que pode ser más notícias para a Reserva Federal. 

"Este não é o relatório de emprego que estávamos à espera. Este relatório mostra algo que já era aparente nos inquéritos do Institute for Supply Management (ISM) desta semana: o emprego continua robusto nos EUA, mas mostrando um ligeiro declínio em relação ao mês passado ", refere Florian Ielpo, chefe de "research" na Lombard Odier Asset Management, à Bloomberg. "No final das contas, este não é o tipo de relatório de emprego que vai satisfazer a Reserva Federal: a criação de emprego normalizou-se, não diminuiu".

Além disso, o que também pode ter influenciado a negociação foram os dados sobre as encomendas das fábricas na Alemanha, que subiram para o valor mais alto em três anos, o que pode significar que a maior economia europeia poderá estar a voltar à estabilidade. 

Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 avançou 0,37%, o francês CAC-40 subiu 0,75%, o britânico FTSE 100 aumentou 0,47%. Já o espanhol Ibex 35 valorizou 0,66%, enquanto o AEX, em Amesterdão, ganhou 0,34%. Em sentido contrário esteve apenas o italiano FTSE Mib, que deslizou 0,41%.

Juros terminam semana a aliviar

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro terminaram a semana a aliviar, num dia em que o apetite dos investidores pelo risco também esteve em alta, depois dos dados relativos ao mercado laboral dos EUA.

Os EUA divulgaram dados sobre o mercado laboral que mostraram sinais de arrefecimento, embora os valores dos salários tenham preocupado os investidores. "Penso que a parte que é difícil de engolir para o mercado de dívida do Tesouro é o crescimento dos salários, que está mais forte do que o esperado", disse Matthew Miskin, responsável pela estratégia de investimento na John Hancock Investment Management, citado pela Reuters.

A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, desceu 4,3 pontos base para 2,556%, enquanto os juros da dívida pública italiana retraíram 5,9 pontos base para 4,205%.

Já os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade cederam 4,3 pontos base para 3,249%, ao passo que os juros da dívida francesa subtraíram 4,3 pontos base para 3,088% pontos base e os da dívida espanhola recuaram 4,9 pontos base para 3,583%.

Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida britânica a dez anos aliviaram 8,9 pontos base para 4,372%, com os investidores ainda a reagirem a uma decisão do Banco de Inglaterra de subir as taxas de juro em 25 pontos base na quinta-feira. 

Petróleo em alta com aperto na oferta

O petróleo está a negociar com ganhos e a caminho da sexta semana com um saldo semanal positivo, a mais longa série de ganhos em mais de um ano.

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 0,70% para 81,12 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, sobe 0,62% para 85,67 dólares.

A valorização do petróleo acontece depois de a Arábia Saudita e a Rússia, pesos pesados da OPEP, terem mantido, até ao próximo mês, limitações na oferta. Também as reservas de crude norte-americanas atingiram mínimos recorde.

A Arábia Saudita anunciou na quinta-feira que vai manter a produção de 1 milhão de barris por dia até setembro, alertando que a medida pode vir a ser prolongada por mais tempo. Também a Rússia informou que vai alargar o corte das exportações até ao próximo mês.

Euro valoriza face ao dólar

O euro está a valorizar face ao dólar, depois de dados menos otimistas que o esperado sobre o emprego nos Estados Unidos terem deitado abaixo a divisa norte-americana.

A moeda única europeia avança 0,69% para 1,1024 dólares.

Não é só contra o euro que o dólar está a perder - a tendência verifica-se também face ao iéne, libra, franco suíço, entre outros.

A criação de emprego mais modesta vem reforçar a ideia de que a política monetária norte-americana está já a ter impacto na economia e que, por isso, não há necessidade de a Reserva Federal continuar a subir as taxas de juro.

Ouro em alta após dados de emprego menos animadores

O preço do ouro está a subir, após a divulgação de dados do emprego nos Estados Unidos revelarem um arrefecimento do mercado laboral, o que reduz a pressão sobre a Reserva Federal (Fed) para manter os juros altos.

A criação de emprego cresceu menos que o esperado no mês passado. Um mercado de trabalho mais frágil sinaliza a importância de a Fed manter as taxas de juro em setembro, o que é positivo para o ouro, que não remunera juros.

O ouro ganha 0,49 para 1.943,58 dólares por onça. Prata e platina estão também a subir, 0,34% e 0,59%, respetivamente, com apenas o paládio a cair ligeiramente, 0,06%.

Mercado laboral menos robusto dá ganhos em Wall Street. Amazon ganha quase 10%

Os principais índices em Wall Street abriram a negociar no verde, com os ganhos a serem sustentados por dados do emprego que mostram um arrefecimento do mercado laboral e indiciam que a Reserva Federal poderá ter margem para uma pausa na subida das taxas de juro na reunião de política monetária de setembro.

A criação de emprego nos Estados Unidos cresceu a uma velocidade moderada, aumentando em 187 mil em julho, abaixo das expectativas do mercado que esperava uma subida de 200 mil empregos. Já o desemprego manteve-se praticamente inalterado, descendo de 3,6% para 3,5%.

"A economia dos EUA criou menos postos de trabalho do que o esperado em julho, mas a taxa de desemprego desceu e o crescimento dos salários foi mais forte", explicam analistas do ING numa nota.

"Um resultado misto, que não exclui novas subidas de taxas de juro por parte da Reserva Federal, mas que também não dá ao banco central certezas relativamente aos riscos para a inflação. As condições monetárias mais assertivas vão pesar cada vez mais na criação de emprego", concluem.

O índice de referência S&P 500 sobe 0,52% para 4.525,16 pontos, o industrial Dow Jones ganha 0,45% para 35.381,19 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,7% para 14.054,20 pontos.

Os investidores estão ainda a avaliar os resultados das tecnológicas. A Apple perde 3,21% e deverá descer da capitalização bolsista de três biliões de dólares, depois de a empresa ter anunciado resultados ontem após o fecho da sessão, cortando o "outlook" para o quarto trimestre, devido a menor procura pelos seus equipamentos.

Em sentido oposto, a Amazon ganha quase 10% depois de ter, nas contas do primeiro semestre, fornecido perspetivas para o resto do ano acima do esperado, devido à boa performance da sua componente de "e-commerce".

Euribor sobe a três meses para um novo máximo desde novembro de 2008

A taxa Euribor subiu hoje a três e a seis meses, no prazo mais curto para um novo máximo desde novembro de 2008, e desceu a 12 meses face a quinta-feira.

A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje para 4,045%, menos 0,007 pontos, depois de ter avançado até 4,193% em 07 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008.

Segundo dados referentes a maio de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 40,3% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 34,4% e 22,8%, respetivamente.

A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 4,007% em junho para 4,149% em julho, mais 0,142 pontos.

Em sentido contrário, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 07 de julho de 2022, subiu hoje, ao ser fixada em 3,940%, mais 0,003 pontos do que na quinta-feira e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,972%, verificado em 21 de julho.

A média da Euribor a seis meses subiu de 3,825% em junho para 3,942% em julho, mais 0,117 pontos.

A Euribor a três meses também avançou hoje, para 3,743%, mais 0,021 pontos e um novo máximo desde novembro de 2008.

A média da Euribor a três meses subiu de 3,536% em junho para 3,672% em julho, ou seja, um acréscimo de 0,136 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 27 de julho, o BCE voltou a subir os juros, pela nona sessão consecutiva, em 25 pontos base -- tal como em 15 de junho e 04 de maio --, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 14 de setembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Europa abre com ganhos ligeiros. Mercado laboral dos EUA centra atenções

Os principais índices europeus estão a negociar com ganhos ligeiros, mas ainda assim caminham para a pior semana num mês. A negociação ficou marcada por um corte de "rating" da Fitch aos Estados Unidos, passando a dívida soberana do país para o segundo nível de qualidade mais elevado.

Esta sexta-feira as atenções centram-se no lado de lá do Atlântico, uma vez que são divulgados dados do emprego nos Estados Unidos que deverão dar mais indicações sobre qual será a decisão a tomar pela Reserva Federal norte-americana na sua próxima reunião de política monetária.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, cede 0,01% para 457,9 pontos, com de media e de químicos a registar as maiores perdas, ao passo que o setor de viagens sobe mais de 1%.

Entre os principais movimentos de mercado, a WPP, uma das maiores empresas de publicidade a nível mundial, sediada no Reino Unido, desce 6,99% após ter apresentado resultados reduzindo as expectativas de contas para o resto do ano, justificando com menos vendas nos EUA, particularmente de clientes tecnológicos.

Os investidores avaliam também dados da produção industrial na Alemanha que mostrou uma subida inesperada, a mais elevada em três anos, em junho. Um sinal de que a maior economia europeia poderá estar a estabilizar.

"Os dados do emprego nos EUA vão ser importantes. Na sua conferência de imprensa, o presidente da Fed, Jerome Powell, reiterou a importância dos dados da inflação e do mercado laboral. Uma leitura forte poderia levar a uma subida da 'yield' das obrigações o que dificultaria um 'rally'", explicou Rajeey De Mello, gestor de portfólio da Gama Asset Management, à Bloomberg.

"Uma leitura fraca do emprego poderia remover algum do stress induzido pelas obrigações", ressalvou.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax avança 0,04%, o francês CAC-40 valoriza 0,22%, o britânico FTSE 100 sobe 0,2% e o espanhol IBEX 35 soma 0,29%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,1%, bem como o italiano FTSEMIB.

Em Lisboa, o PSI ganha 0,42%.

Juros agravam-se ligeiramente na Zona Euro

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se, com os investidores a optarem por ativos de maior risco como as ações, embora de forma cautelosa.

A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, sobe 2,3 pontos base para 2,622%, enquanto os juros da dívida pública italiana crescem 0,9 pontos base para 4,273%.

Os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade agravam-se 2,7 pontos base para 3,319%, ao passo que os juros da dívida francesa acrescem 2,2 pontos base para 3,153% pontos base e os da dívida espanhola sobem 1,8 pontos base para 3,650%.

Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida britânica a dez anos aliviam 0,4 pontos base para 4,457%, com os investidores ainda a reagirem a uma decisão do Banco de Inglaterra de subir as taxas de juro em 25 pontos base na quinta-feira.

Dólar recua com dados do emprego nos EUA em foco

O dólar está a interromper os ganhos registados nos últimos quatro dias e a desvalorizar face às principais divisas rivais, com os investidores a absterem-se de tomar posições antes da divulgação de dados relativos ao mercado laboral nos Estados Unidos, um bom indicador para compreender qual será o caminho a seguir pela Reserva Federal.

O dólar avança 0,03% para 0,9134 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da "nota verde" contra 10 divisas rivais - recua 0,12% para 102,424 pontos.

"Temos visto várias estatísticas robustas relativas à economia dos Estados Unidos em vários momentos da última semana que deram ganhos ao dólar", resumiu a analista Fiona Lim, analista do Malayan Banking Berhad, à Bloomberg.

"Os dados sólidos do emprego da ADP subiram as expectativas do mercado para os dados relativos aos salários, o que significa que o dólar está vulnerável a um 'sell-off' generalizado hoje", explicou ainda.

Ouro desvaloriza ligeiramente a caminho da pior semana em mais de um mês

O ouro está a recuar ligeiramente e a caminho da pior semana em seis, com uma semana turbulenta no mercado a empurrar os investidores para ativos mais seguros que não o ouro.

O metal amarelo desliza 0,03% para 1.933,43 dólares por onça.

O foco do mercado está agora em dados do emprego nos Estados Unidos que deverão dar mais indicações sobre qual será o caminho a seguir pela Reserva Federal na sua próxima reunião de política monetária em setembro.

Cortes da Arábia Saudita e Rússia dão ganhos ao petróleo

O petróleo está a negociar com ganhos e a caminho da sexta semana com um saldo semanal positivo, a mais longa série de ganhos em mais de um ano.

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 0,21% para 81,72 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, sobe 0,14% para 85,26 dólares.

A sustentar os ganhos do "ouro negro" estão decisões por parte de dois pesos pesados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) de estender cortes na produção, a Arábia Saudita e a Rússia. Riade irá prolongar o seu corte unilateral de um milhão de barris por dia, ao passo que Moscovo irá reduzir a dimensão do corte de 500 para 300 mil barris por dia.

"Os cortes na produção estão finalmente a apertar o mercado petrolífero, especialmente num período de pico na procura devido ao verão", disse o analista Charu Chanana, da Saxo Capital Markets, à Bloomberg.

Ainda a dar força aos preços do petróleo está os "stocks" de crude nos Estados Unidos que desceram em 17 milhões de barris, demonstrando um aperto cada vez maior neste mercado.

Europa aponta para ganhos pela primeira vez em quatro sessões. Ásia positiva

Os principais índices europeus estão a apontar para uma abertura em terreno positivo, interrompendo as três sessões de perdas ao longo da semana.

Esta sexta-feira as atenções devem virar-se para os dados do emprego, salários e taxa de desemprego, para compreender a robustez do mercado laboral, uma das métricas de maior importância para as futuras decisões de política monetária da Reserva Federal norte-americana.

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,3%.

Na Ásia, a sessão foi positiva, sustentada por otimismo proveniente da China, com os decisores políticos do país a reforçarem expectativas maior financiamento para o setor imobiliário, bem como no mercado de capitais.

Pela primeira vez em décadas, em julho na reunião do Politburo, o governo chinês comprometeu-se a "revigorar o mercado de capitais e a aumentar a confiança dos investidores", estando já em contacto com algumas empresas para a criação de iniciativas, noticia a Bloomberg.

Também o Banco Popular da China revelou que ia aumentar os apoios monetários à economia e ajudar os bancos a controlar os custos.

No Japão, o Nikkei avançou 0,1%, enquanto o Topix subiu 0,2%. Pela China, Hong Kong ganhou 1% e Xangai subiu 0,3%. Na Coreia do Sul, o Kospi somou 0,1%.