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Abertura dos mercados: Lira turca afunda para novo mínimo. Receios arrastam acções e divisas

A lira atingiu um novo mínimo apesar das medidas do banco central para travar as quedas, arrastando as divisas dos emergentes. Os receios em torno da Turquia estão a afastar os investidores das acções e a favorecer o dólar.

EPA/Lusa
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Os mercados em números

PSI-20 desce 1,51% para 5.543,36 pontos

Stoxx600 cai  0,45% para 384,11 pontos

Nikkei desvalorizou 1,98% para 21.857,43 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 2,6 pontos base para os 1,805%

Euro recua 0,37% para 1,1371 dólares

Petróleo em Londres cai 0,52% para os 72,44 dólares

 

Bolsas europeias em mínimos de três semanas

As bolsas europeias estão a negociar em queda esta segunda-feira, 13 de Agosto, pela segunda sessão consecutiva, penalizadas pelos receios em torno da Turquia. Este fim-de-semana, o presidente Erdogan não deu sinais de disponibilidade para apaziguar as relações com os Estados Unidos e disse mesmo que a Turquia está numa "guerra económica". O banco central pôs em prática novas medidas para travar a queda da lira, como diminuir as reservas obrigatórias dos bancos, mas não foi suficiente. A moeda turca já afundou 9,81% face ao dólar, atingindo um novo mínimo.   

 

O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, cai 0,45% para 384,11 pontos, penalizado sobretudo pelo sector da banca. As instituições mais expostas à Turquia, como é caso do Unicredit e do BBVA, deslizam mais de 2%.

 

Na bolsa nacional, o PSI-20 desce 1,51% para 5.543,36 pontos, pressionado principalmente pela Navigator, que afunda 8,58% para 4,56 euros, depois de ter sido conhecido, na sexta-feira, que as suas vendas de papel nos Estados Unidos entre Agosto de 2015 e Fevereiro de 2017 estão sujeitas a uma taxa de mais de 37%.


Juros em Itália voltam a ultrapassar os 3%
A barreira psicológica dos 3% voltou a ser ultrapassada em Itália. Os juros a dez anos da dívida italiana sobem 7,4 pontos base para os 3,067% esta segunda-feira. Em causa está a preparação do Orçamento do Estado para 2019 pelo novo Governo de coligação que tem desafiado Bruxelas, mas também os problemas na Turquia. A banca italiana - através do UniCredit mas não só - está bastante exposta ao país presidido por Erdogan, o que tem penalizado os juros de Itália, as cotadas e o euro.

Portugal e Espanha seguem a tendência, ainda que de forma menos expressiva. Os juros portugueses a dez anos agravam-se em 2,6 pontos base para os 1,805%, a segunda subida consecutiva, e os juros espanhóis no mesmo prazo sobem 2,5 pontos base para os 1,431%. Já na Alemanha os juros aliviam ligeiramente: menos 0,9 pontos base para os 0,588%.

Lira atinge novo mínimo e arrasta moedas dos emergentes

A lira turca atingiu um novo mínimo face ao dólar esta segunda-feira, com uma descida de 9,81%. Nesta altura, a moeda turca cai 6,85%, apesar de o banco central ter anunciado medidas para aumentar a liquidez no sistema bancário.

 

Esta evolução da lira está a contagiar as moedas dos países emergentes, como é o caso do peso mexicano, que cai mais de 2%, e o rand da África do Sul, que atingiu mínimos de mais de dois anos face ao dólar, com a maior descida desde 2008. Também o euro segue fortemente penalizado, devido aos receios de contágio. A moeda única europeia desvaloriza 0,37% para 1,1371 dólares, um novo mínimo de Julho do ano passado.


Petróleo desce com dúvidas sobre Arábia Saudita
Esta segunda-feira os investidores aguardam o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) sobre o mercado energético. Neste momento existem dúvidas quanto à capacidade da Arábia Saudita de aumentar a oferta de petróleo no mercado. Os inquéritos da OPEP de Julho indicavam que a produção da Arábia Saudita tinha atingido níveis recorde. No entanto, fontes do país garantiram à Bloomberg que, na realidade, houve um corte na produção.

Em reacção aos sinais contraditórios, o petróleo está a deslizar. O barril negociado em Londres, que serve de referência para as importações portuguesas, desvaloriza 0,52% para os 72,44 dólares enquanto o barril negociado em Nova Iorque sofre uma queda de 0,41% para os 67,35 dólares.

Ouro em mínimos de mais de um ano
Nem com a crise turca o metal precioso consegue registar ganhos. O ouro está a desvalorizar 0,46% para os 1.205,02 dólares por onça na sessão desta segunda-feira, acumulando três sessões de quedas. O metal está em mínimos de 15 de Março de 2017.

Apesar da turbulência no mercados accionistas e das divisas, os investidores têm preferido refugiar-se noutro activo de refúgio, o dólar, que está em máximos de um ano. À Bloomberg, o analista Benjamin Lu, da Philip Futures, diz que tem sido uma "série longa de liquidações" a pressionar os preços do ouro, continuando as aquisições abaixo do esperado pelos analistas.

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