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Navigator regista maior queda de sempre. Acções afundam mais de 18%

As acções da Navigator estão a ser fortemente penalizadas pela decisão dos EUA de taxar as vendas de papel da empresa. A queda dos títulos é a maior de sempre.

13 de Agosto de 2018 às 09:45
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A Navigator já tocou em mínimos de Fevereiro deste ano na sessão desta segunda-feira. A cotada do sector do papel está a ser penalizada por uma imposição norte-americana anunciada na semana passada, da qual vai recorrer. 

Os títulos da Navigator estão a desvalorizar 18,2% para os 4,08 euros - a maior queda desde a sua entrada em bolsa, em 1995 - negociando no valor mais baixo desde 12 de Fevereiro deste ano. Uma queda que está a contribuir para que o PSI-20 desvalorize mais de 1,5% esta segunda-feira e que representa uma diminuição de 651,5 milhões de euros no valor de mercado. 


Os analistas do BPI/Caixa Bank antecipam um impacto negativo na empresa uma vez que tem uma exposição de 10% das vendas aos EUA. "Apesar da empresa portuguesa avançar com 'reclamação' aos EUA, enquanto não houver um fecho do tema, podemos continuar a assistir à fuga dos investidores da empresa", assinala, por outro lado, Carla Maia Santos, senior broker da XTB.
Em causa estão as vendas dos produtos da empresa nos Estados Unidos, entre Agosto de 2015 e Fevereiro de 2017, que vão ter de pagar uma taxa de 37%. Inicialmente, a Navigator previa que esses produtos não fossem taxados pelo que vai recorrer da decisão norte-americana. 

taxa anti-dumping aplicada pelos EUA poderá ter um impacto de de 66 milhões de euros no EBITDA e de 45 milhões nos lucros deste ano, segundo o comunicado da empresa no sábado passado. 

Mas a cotada está confiante de que poderá reverter a decisão. "A Navigator recorrerá a todos os meios processuais disponíveis e está convencida que vai conseguir demonstrar perante os tribunais norte-americanos que a taxa para o período em causa é totalmente injustificada e, consequentemente, fazer com que o Departamento de Comércio reverta esta medida administrativa", lê-se no comunicado.

No entanto, a taxa será aplicada a partir do momento em que a decisão seja publicada. Segundo a empresa isso acontecerá dentro de uma semana.

No primeiro semestre, tinha sido exactamente o mercado norte-americano a ditar um aumento de 24% dos lucros. Em causa esteve a venda da unidade de pellets nos Estados Unidos. Além disso, o aumento dos preços do papel compensou a descida das vendas em volume, atingindo assim um resultado líquido de 119,4 milhões de euros.

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