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Petróleo valoriza após anúncio de corte de produção da OPEP+

Preços do crude aumentaram com acordo da OPEP+ para estender cortes de produção do petróleo em mais um ano, para 2024. O que também fez os preços valorizarem foi o corte de produção unilateral da Arábia Saudita.

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Os preços do crude avançaram, esta segunda-feira, com o acordo dos 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus 10 aliados para limitar a oferta até 2024 em vez de 2023 e o anúncio do corte de produção unilateral e voluntário da Arábia Saudita.

Os preços do crude Brent do Mar do Norte (crude de referência para as importações europeias) aumenta 2,21% para 77,78 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), a referência para os Estados Unidos, soma 2,43% para 73,48 dólares por barril.

O volume total de redução da oferta, decidido unanimemente, mantém-se nos 3,66 milhões de barris/dia, o que totaliza 3,6% do global, incluindo dois milhões de barris/dia acordados no ano passado e cortes voluntários de 1,66 milhão de barris/dia, acordados em abril. 
O que muda é a maturidade da medida: os cortes eram válidos até o final de 2023, mas no domingo a organização petrolífera anunciou que vai estender esses cortes até o final de 2024.

"É um sinal claro para o mercado de que a OPEP+ está disposta a impor e defender um preço mínimo", disse uma das fundadoras do 'think-tank' Energy Aspects, Amrita Sen, à Reuters. 


Além disso, a Arábia Saudita anunciou também que vai cortar a sua produção de forma voluntária e unilateral. O ministério de energia da Arábia Saudita disse que a produção do país cairá para nove milhões de barris/dia em julho, de cerca de 10 milhões de barris/dia em maio, a maior redução em anos.

"Quisemos pôr uma cobertura no bolo. Queremos ter sempre elemento surpresa. Não queremos que as pessoas tentem prever o que vamos fazer. Este mercado precisa de ser estabilizado", disse o príncipe Abdulaziz, ministro saudita da Energia, numa conferência de imprensa.

A reunião de domingo durou sete horas – e foi mais demorada do que é habitual devido ao facto de três países da OPEP terem batido o pé para fazerem valer as suas pretensões.

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) estavam a exigir uma alteração na forma como os cortes de produção são medidos, ao passo que os membros africanos do cartel – Angola e Nigéria – se mostraram relutantes em abrir mão das suas quotas, apesar de não estarem a conseguir cumpri-las.

A Nigéria e Angola estão entre os membros da OPEP que já estão a produzir à máxima capacidade e sem conseguirem chegar às quotas que estão definidas. No entanto, opunham-se a cortes nas metas de produção porque novas quotas mais baixas poderiam obrigá-los a terem depois de concretizar cortes reais. No entanto, foi isso que aconteceu, já que hoje ficou definida uma redução das metas de produção da Rússia, Angola e Nigéria em 2024.

Em contrapartida, os EAU exigiam uma maior "baseline" (base de referência a partir da qual estão definidos os cortes de produção), em linha com a sua crescente capacidade de produção, o que foi aceite – levando a que possam aumentar a sua oferta.
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