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Petróleo em máximos de 10 meses com "shale oil" a sustentar
Os preços do crude estão a negociar no valor mais alto desde novembro passado, tanto em Londres como em Nova Iorque.
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Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em alta nos principais mercados internacionais, pela quarta sessão consecutiva, com a fraca produção do petróleo extraído das rochas de xisto betuminoso ("shale oil") nos EUA a contribuir para aumentar o receio de um défice da oferta – que já será menor devido aos cortes adicionais da oferta por parte da Arábia Saudita e Rússia.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 1,39% para 92,75 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,96% para 95,34 dólares.
Além do renovado corte da oferta por parte dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+), a Arábia Saudita fechou a torneira a mais um milhão de barris por dia até final do ano, tendo a Rússia anunciado também uma redução diária extra de 300.000 barris até ao fim de dezembro.
"A 28 de março fizemos uma recomendação aos investidores para que adotassem posições longas [aposta na subida no Brent, que estava na altura nos 78,65 dólares por barril e que apontámos para os 95 dólares. Com o ‘target’ a ser alcançado hoje, procedemos à tomada de mais-valias", sublinha Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, num relatório a que o Negócios teve acesso.
E prossegue: "com uma sólida procura por petróleo e uma produção mais baixa da Arábia Saudita e de outros produtores da OPEP+, a vasta redução dos stocks de petróleo tem sustentado os preços".
"Estimamos que o Brent negoceie no intervalo entre os 90 e os 100 dólares por barril nos próximos meses, com um ‘target’ nos 95 dólares no final do ano. Continuamos, por isso, a recomendar aos investidores que não são avessos ao risco que apostem numa exposição mais prolongada no Brent, já que os contratos a mais longo prazo estão a negociar abaixo dos preços ‘spot’", refere o estratega do banco suíço.