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Países fora da OPEP também vão cortar produção de petróleo

O acordo foi alcançado este sábado e vai retirar do mercado mais 600 mil barris por dia, o que soma aos 1,2 milhões de barris que os países da OPEP vão cortar. A concretizar-se será o primeiro corte global em 15 anos.

Reuters
10 de Dezembro de 2016 às 15:16
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Os países que não integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegaram este sábado a acordo para reduzirem a produção de petróleo, uma inciativa que deverá resultar numa pressão adicional para a subida dos preços da matéria-prima nos mercados internacionais.

 

Segundo o Wall Street Journal, o acordo alcançado este sábado vai retirar do mercado mais 600 mil barris de petróleo por dia. O que somado aos 1,2 milhões de barris que os países da OPEP vão eliminar, representa cerca de 2% da oferta total.

 

Se for cumprido, este acordo traduz uma cooperação sem precendentes por parte dos países produtores de petróleo para equilibrar o mercado, que há dois anos sofre de excesso de oferta. Uma situação que conduziu os preços do petróleo para mínimos de vários anos e deprimiu as economistas destes países.

 

A concretizar-se, este será o primeiro corte global de produção em 15 anos. Entre países dentro e fora da OPEP, será concretizado por 25 países, de acordo com o ministro da Venezuela.

 

A OPEP temia que o corte de 1,2 milhões de barris perdesse eficácia caso os países que não integram o cartel mantivessem os níveis de produção em máximos. A pressão surtiu efeito e os produtores não-OPEP selaram o acordo para cortar produção em Viana, precisamente na sede do cartel.

 

Apesar do acordo, não são ainda conhecidos os detalhes do mesmo, nomeadamente quanto vai cortar cada país, por quanto tempo e quais as estatísticas que serão utilizadas para avaliar se os cortes estão a ser cumpridos. Nem é certo se esta meta de corte inclui a redução natural, por parte de países como o México, ou se é mesmo uma descida efectiva e deliberada.

  

O peso da OPEP na produção mundial tem vindo a diminuir nos últimos anos e situa-se actualmente abaixo dos 40 milhões de barris por dia, longe dos quase 60 milhões dos restantes países.

 

A Rússia, que é um dos países fora da OPEP com maiores volumes de produção, já tinha feito saber que estava disponível para reduzir a produção em 300 mil barris por dia, sendo que mês passado atingiu um recorde de 11,2 milhões de barris por dia. O Casaquistão, que parecia irredutível em aumentar a produção, terá também concordado em reduzir.

 

Os preços da matéria-prima têm evoluido em alta nas últimas sessões, perante esta expectativa de descida da oferta. O Brent, negociado em Londres, transaccionou sexta-feira acima dos 54 dólares por barril, enquanto o WTI, em Nova Iorque, fechou acima dos 51 dólares. Desde que a OPEP anunciou o acordo, há duas semanas, os preços subiram cerca de 15%.

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