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Ouro volta a ser porto de abrigo e ganha mais de 10% este ano

O dólar mais fraco e o aumento das tensões geopolíticas levaram o ouro a máximos de mais de cinco meses. Os analistas dividem-se sobre se as subidas foram longe demais.

Guenter Schiffmann/Bloomberg
18 de Abril de 2017 às 07:00
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É quase uma constante nos mercados. Quando a incerteza cresce, o ouro volta a ser uma das preferências dos investidores. E nas últimas semanas, mesmo com a perspectiva de subida de juros nos EUA, o metal amarelo tem brilhado. No último mês valorizou 7,45%. Já ganha 12,29% desde o início do ano e negoceia em 1.288,48 dólares, o valor mais alto em mais de cinco meses. 

Esta subidas são justificadas sobretudo por dois factores. Por um lado, o metal amarelo tem sido beneficiado por uma maior fraqueza do dólar. O índice que mede a força da nota verde perde 3,98% desde o início do ano e 2,45% no último mês. Por outro, o aumento das tensões geopolíticas levou o ouro a recuperar o estatuto de porto de abrigo.

Na semana passada, o metal amarelo viveu a melhor semana em um ano, com uma subida de 2,48%. Isto depois de várias decisões de Donald Trump. No plano cambial, defendeu numa entrevista que o dólar estava demasiado forte. E no tabuleiro geopolítico, o presidente dos EUA ordenou um ataque à Síria e ameaça a Coreia do Norte com um tratamento semelhante.

"Os comentários de Trump sobre o dólar levaram a uma procura. E as tensões geopolíticas em torno da Síria e da Coreia do Norte também tiveram peso na procura por ouro como activo seguro", observaram os analistas do RBC Capital Markets.

Analistas divididos, investidores apostam

Com o ouro cada vez mais perto da fasquia de 1.300 dólares, há analistas a alertar que a subida pode ter ido longe demais. É o caso do RBC Capital Markets.  "O preço do ouro subiu em demasia", referem os especialistas. Aconselham que "apesar de o ouro ainda ser uma boa forma de cobrir o risco, acreditamos enfaticamente que os actuais níveis não representam um ponto de entrada atractivo".

Em sentido contrário, Jason Schenker, presidente da Prestige Economics, uma das entidades mais certeiras nas previsões para o ouro num "ranking" feito pela Bloomberg, disse à agência que o ouro deverá continuar a subir. E defende que o mercado já incorpora as subidas de juros nos EUA, factor que tende a ser visto como negativo para o ouro.

Já do lado dos investidores, o sentido é de aposta em mais subidas. Segundo a Reuters, os grandes gestores de fundos aumentaram as posições para lucrar com as subidas pela quarta semana consecutiva.

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