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Ouro volta a ser porto de abrigo e ganha mais de 10% este ano
O dólar mais fraco e o aumento das tensões geopolíticas levaram o ouro a máximos de mais de cinco meses. Os analistas dividem-se sobre se as subidas foram longe demais.
É quase uma constante nos mercados. Quando a incerteza cresce, o ouro volta a ser uma das preferências dos investidores. E nas últimas semanas, mesmo com a perspectiva de subida de juros nos EUA, o metal amarelo tem brilhado. No último mês valorizou 7,45%. Já ganha 12,29% desde o início do ano e negoceia em 1.288,48 dólares, o valor mais alto em mais de cinco meses.
Esta subidas são justificadas sobretudo por dois factores. Por um lado, o metal amarelo tem sido beneficiado por uma maior fraqueza do dólar. O índice que mede a força da nota verde perde 3,98% desde o início do ano e 2,45% no último mês. Por outro, o aumento das tensões geopolíticas levou o ouro a recuperar o estatuto de porto de abrigo.
Na semana passada, o metal amarelo viveu a melhor semana em um ano, com uma subida de 2,48%. Isto depois de várias decisões de Donald Trump. No plano cambial, defendeu numa entrevista que o dólar estava demasiado forte. E no tabuleiro geopolítico, o presidente dos EUA ordenou um ataque à Síria e ameaça a Coreia do Norte com um tratamento semelhante.
"Os comentários de Trump sobre o dólar levaram a uma procura. E as tensões geopolíticas em torno da Síria e da Coreia do Norte também tiveram peso na procura por ouro como activo seguro", observaram os analistas do RBC Capital Markets.
Analistas divididos, investidores apostam
Com o ouro cada vez mais perto da fasquia de 1.300 dólares, há analistas a alertar que a subida pode ter ido longe demais. É o caso do RBC Capital Markets. "O preço do ouro subiu em demasia", referem os especialistas. Aconselham que "apesar de o ouro ainda ser uma boa forma de cobrir o risco, acreditamos enfaticamente que os actuais níveis não representam um ponto de entrada atractivo".
Já do lado dos investidores, o sentido é de aposta em mais subidas. Segundo a Reuters, os grandes gestores de fundos aumentaram as posições para lucrar com as subidas pela quarta semana consecutiva.