Notícia
Ouro português valoriza 1.993 milhões parado nos cofres
O Banco de Portugal gere um conjunto de ativos de investimento próprios denominados em euros, moeda estrangeira e ouro. A 31 de dezembro de 2023, o valor de mercado destes ativos totalizava 34.547 milhões de euros, o que representa um acréscimo anual de 8,6%.
O ouro parado nos cofres do Banco de Portugal continua a ganhar valor ano após ano. Em 2023, as 382,6 toneladas do metal precioso detidas pelo país valorizaram 9,3% - ou seja, quase dois mil milhões de euros - num ano em que o metal precioso atingiu o valor mais elevado de sempre em dólares.
"A reserva de ouro do Banco de Portugal ascendia a 22.978 milhões de euros no final de 2023, refletindo um acréscimo de 1.993 milhões de euros face a 2022, resultado da evolução positiva da cotação da onça de ouro em euros", explica o supervisor no relatório do conselho de administração divulgado esta quinta-feira. "Esta evolução deveu-se à valorização do preço do ouro em dólares (+13,4%), parcialmente contrariada pela desvalorização do dólar norte-americano face ao euro (-3,6%)", indica.
A quantidade desta reserva manteve-se inalterada nas 382,6 toneladas, sendo que o aumento do valor em euros teve como contrapartida uma variação de balanço, de igual montante, na rubrica diferenças de reavaliação do ouro, cujo acumulado totalizava 19.940 milhões de euros no final de 2023. Em 2023, o Banco de Portugal continuou a efetuar aplicações em ouro, que se traduziam, essencialmente, em "swaps" de ouro por moeda estrangeira e por euros, registados contabilisticamente como empréstimos colateralizados.
O Banco de Portugal gere um conjunto de ativos de investimento próprios denominados em euros, moeda estrangeira e ouro. A 31 de dezembro de 2023, o valor de mercado destes ativos totalizava 34.547 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 8,6% em relação ao final de 2022, e distribuía-se pelas carteiras de negociação, de investimento a vencimento e de ouro.
Balanço diminui em 13 mil milhões
O balanço do Banco de Portugal totalizava 185 mil milhões de euros no final do ano passado, menos 13 mil milhões do que em 2022. O recuo deve-se tanto à redução dos empréstimos de baixo custo à banca como à quebra na compra de dívida.
"Esta evolução traduziu, em grande medida, a diminuição do financiamento às instituições de crédito, com o vencimento de grande parte das operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (TLTRO III), mas também a redução dos títulos detidos para fins de política monetária, em decorrência do fim do reinvestimento do vencimento de títulos do Programa de Compras de Ativos (APP)", explica o Banco de Portugal no relatório do Conselho de Administração divulgado esta quinta-feira.
Os bancos centrais nacionais são responsáveis pela execução em cada país dos programas do Banco Central Europeu (BCE), que tem vindo a recuar nos estímulos à economia, numa estratégia em conjunto com a subida das taxas de juro de referência, para travar a inflação.
(Notícia atualizada)