Há vários meses que os fundos de investimento nacional preferem dívida italiana à dívida portuguesa. Desde Maio que o cenário se repete. Incluindo Agosto.

No mês do resgate ao Banco Espírito Santo, que trouxe uma nova turbulência para o mercado de dívida nacional, os fundos de investimento diminuíram em 7,9% o valor investido, que ficou reduzido a 234,9 milhões de euros. Um montante que representa 20,3% do total investido em dívida pública.

O montante colocado em dívida pública portuguesa tem vindo a cair nos últimos meses, tendo em conta que em Abril, o último mês em que foi a preferida dos fundos, o valor investido estava acima dos 400 milhões, quando representava 30% do total.

A dívida pública preferida actualmente pelos fundos portugueses é a italiana, a de um país periférico que, tal como a portuguesa, tem vindo a registar fortes descidas das taxas de juro implícitas nos últimos meses, como consequência da actuação do Banco Central Europeu.

Os fundos colocaram 371,7 milhões de euros em dívida italiana em Agosto, 15,4% acima de Julho. Esta é uma aposta que se repete desde Maio.

Espanha, França e Alemanha são os países emitentes da dívida pública que também é investida pelos fundos nacionais. Todos eles ganharam mais montante investido no último mês. A dívida da Grécia, tal como tem acontecido nos últimos meses, verificou uma redução do investimento de fundos nacionais.

Ao todo, os fundos investiram 929,3 milhões de euros em dívida pública estrangeira no mês de Agosto, mais 9,8% do que em Julho.