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Turbulência na banca não pára BCE. Juros na Zona Euro sobem mais 50 pontos base

A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde decidiu subir as três taxas de juro na Zona Euro, em linha com o esperado pelo mercado. Admite, contudo, que está a acompanhar "o nível elevado de incerteza".

Reuters
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As taxas de juro na Zona Euro voltam a subir 50 pontos base. O Banco Central Europeu (BCE) decidiu aumentar as três taxas, em linha com o esperado pelo mercado, apesar do "stress" que se tem vivido no sistema financeiro, primeiro com a queda do Silicon Valley Bank (SVB) nos Estados Unidos e, mais recentemente, com a crise do Credit Suisse, na Europa.

"Projeta-se que a inflação permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo. Por conseguinte, o Conselho do BCE decidiu hoje [quinta-feira] aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 50 pontos base, em conformidade com a sua determinação em assegurar um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo", explica o banco central liderado por Christine Lagarde.

A partir de 22 de março, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento passa para 3,5%, enquanto as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez sobem para 3,75% e a taxa aplicável à facilidade permanente de depósito para 3%.

A decisão visa tentar travar a escalada da inflação, que se fixou em 8,5% em fevereiro (apesar de a abrandar). Os preços continuam a ser a principal preocupação pelo que os analistas já esperavam uma nova subida das taxas de juro. Ainda assim, o BCE admite que a turbulência no mercado está a pesar.

"O nível elevado de incerteza reforça a importância de uma abordagem dependente dos dados nas decisões do Conselho do BCE sobre as taxas diretoras, que serão determinadas pela avaliação do mesmo das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", refere o BCE.

A par da mudança nos juros, a autoridade liderada por Christine Lagarde continua igualmente a diminuir "a um ritmo comedido e previsível" a carteira do programa de compra de ativos (APP) ao não reinvestir a totalidade dos pagamentos de capital de títulos que atingem as maturidades.

Tal como previsto, a diminuição ascenderá, em média, a 15 mil milhões de euros por mês até ao final de junho de 2023 "e o seu ritmo subsequente será determinado com o tempo". No que respeita ao programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (PEPP), o conselho do BCE tenciona reinvestir os pagamentos de capital da dívida que atinge o prazo até, pelo menos, ao final de 2024.

"De qualquer forma, a futura descontinuação gradual da carteira do PEPP será gerida de modo a evitar interferências com a orientação de política monetária apropriada. O Conselho do BCE continuará a aplicar flexibilidade no reinvestimento dos reembolsos previstos no âmbito da carteira do PEPP, a fim de contrariar os riscos para o mecanismo de transmissão da política monetária relacionados com a pandemia", acrescenta.

(Notícia atualizada às 13:30)

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