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Último comunicado do BCE devia indicar mais subidas de juros, diz Isabel Schnabel
Isabel Schnabel queria que o Banco Central Europeu voltasse a referir novas subidas dos juros diretores no comunicado emitido após o último encontro, no passado dia 16 de março.
Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE), pressionou a instituição para que o comunicado referente à última reunião de política monetária – que decorreu este mês – apontasse para mais subidas das taxas de juro no futuro, avançam fontes conhecedoras do assunto à Bloomberg.
Ao fazê-lo, a autoridade monetária estaria a repetir o gesto, uma vez que após a reunião do conselho do BCE em fevereiro, a instituição afirmou em comunicado que, além de subir os juros diretores em 50 pontos base, iria repetir a dose em março. Tal subida acabou mesmo por acontecer, apesar da turbulência no setor da banca.
Após o encontro que decorreu há quase duas semanas, a instituição não falou sobre novos aumentos no comunicado e Christine Lagarde, durante a conferência de imprensa após o encontro, não se comprometeu com a questão dos juros no futuro.
"O que sabemos é que muito caminho a percorrer", respondeu a presidente do BCE quando questionada sobre subidas dos juros, lembrando que as decisões do banco central vão sendo tomadas consoante a economia evolui. E, neste momento, "a incerteza é muito elevada" devido ao stress no sistema financeiro causado pelo Credit Suisse e Silicon Valley Bank.
Desde 22 de março, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento está em 3,5%, enquanto as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez subiram para 3,75%. Já a taxa aplicável à facilidade permanente de depósito cresceu para 3%. A inflação voltou a abrandar em fevereiro para 8,5%.