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BCE abranda aperto monetário ao subir taxas de juro em 25 pontos base

O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira aumentar as suas três taxas de juro em 0,25 pontos percentuais, abrandando o ritmo de aperto monetário.

Lagarde disse que “há muito caminho a percorrer” para reduzir a inflação, embora sem dar pistas para as próximas decisões de política monetária.
Friedemann Vogel/EPA
04 de Maio de 2023 às 13:22
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O Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira, 4 de maio, abrandar o aperto monetário para travar a inflação, subindo as taxas de juro em 25 pontos base, um aumento inferior ao registado em reuniões anteriores. 

Com esta subida decidida pelo Conselho de Governadores, a taxa às operações principais de refinanciamento sobe para 3,75%, enquanto a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez avança para 4% e a taxa de depósitos para 3,25%.

Depois de várias reuniões com subidas das taxas de juro em 50 pontos base, o BCE justifica o aumento de hoje, menos acentuado, com o impacto que o aperto monetário pode estar já a ter na economia (e na inflação).

Recorde-se que na última reunião dos governadores do BCE tinha ficado assente que a decisão desta quinta-feira seria dependente de dados (Christine Lagarde não sinalizou qual seria a direção de Frankfurt). Por isso, no comunicado desta quinta-feira, e que antecede a conferência de imprensa da presidente do autoridade monetária, é dito que "a informação recente apoia o entendimento anterior".

Ou seja, a inflação desceu nos últimos meses, mas as pressões inflacionistas subjacentes "continuam fortes".

Ao mesmo tempo, continua o BCE, os dados mostram que as subidas anteriores das taxas de juro "estão a ser transmitidas em força nas condições monetárias e de financiamento da Zona Euro". Ainda assim, admite que o desfasamento e a força da transmissão do aperto monetário à economia real "continua incerto".

A par da mudança nos juros, a autoridade liderada por Christine Lagarde continua igualmente a diminuir "a um ritmo comedido e previsível" a carteira do programa de compra de ativos (APP) ao não reinvestir a totalidade dos pagamentos de capital de títulos que atingem as maturidades.

Tal como previsto, a diminuição ascenderá, em média, a 15 mil milhões de euros por mês até ao final de junho de 2023. "O Conselho de Governadores espera descontinuar os reinvestimentos do APP em julho deste ano", lê-se no comunicado.

Relativamente ao programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (PEPP), o conselho do BCE tenciona reinvestir os pagamentos de capital da dívida que atinge o prazo até, pelo menos, ao final de 2024.

Sobre o futuro: BCE diz apenas que vai continuar a seguir dados

Sobre os próximos passos, o Conselho de Governadores do BCE diz apenas que "as decisões futuras vão garantir que as taxas de juro vão ser levadas para níveis suficientemente restritivos para atingir, de forma atempada, um regresso da inflação ao objetivo de 2% no médio prazo - e que serão mantidas nesses níveis enquanto for necessário". 

Nesse sentido, o BCE diz que vai "continuar a seguir uma abordagem que dependa dos dados para determinar o nível apropriado e a duração da restrição", causada pelo aperto monetário, com base em dados económicos e financeiros, na inflação subjacente (que ao excluir elementos mais voláteis é vista como mais crítica) e a força da transmissão da política monetária. 

(Notícia atualizada com mais informação às 13:44)
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