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BCE mais otimista espera menos inflação e mais crescimento este ano
Embora esteja mais otimista para a inflação geral e para o PIB da Zona Euro, o BCE mostra-se mais pessimista para a inflação subjacente, considerada mais crítica, esperando que atinja os 4,6% este ano.
O Banco Central Europeu (BCE) estima agora que a subida de preços seja menor e que o crescimento económico seja maior este ano do que o antecipado anteriormente. No entanto, está mais pessimista para a inflação subjacente, considerada mais crítica, piorando a sua estimativa.
Num comunicado sobre política monetária que antecede a conferência de imprensa desta quinta-feira, 16 de março, o BCE melhora de forma expressiva as suas estimativas para a inflação geral. Agora, o staff da instituição sediada em Frankfurt prevê que a inflação no conjunto de 2023 seja de 5,3%, descendo depois para 2,9% em 2024 e para 2,1% em 2025.
Em dezembro, quando publicou as últimas estimativas, o BCE antecipava que a inflação na Zona Euro, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), abrandasse, mas menos: para 6,3% este ano, para 3,4% em 2024 e para 2,3% em 2025.
O staff da instituição liderada por Christine Lagarde (na foto) explica que a revisão em baixa se deve "a uma contribuição menor para a subida dos preços dos bens industriais do que o esperado anteriormente".
Em relação ao crescimento económico, o BCE estima agora que a economia da Zona Euro cresça mais este ano, mas menos em 2024 e 2025. De acordo com as estimativas divulgadas agora, a instituição aponta para um crescimento do PIB de 1% este ano (o dobro do esperado em dezembro) e que deve acelerar para 1,6% em 2024 (ritmo que prevê que se mantenha em 2025).
Embora a previsão para o crescimento económico do conjunto dos 20 países da moeda única melhore este ano devido à perspetiva de um "mercado de trabalho robusto, uma confiança renovada e uma recuperação de salários reais", o crescimento económico antecipado para os dois próximos anos é agora mais fraco do que o projetado em dezembro (1,9% e 1,8%, respetivamente), devido ao "aperto da política monetária", explica o BCE.
Apesar de as estimativas serem agora melhores, a instituição destaca três mensagens. A primeira que estas projeções apontam para que a "inflação se mantenha demasiado elevada por demasiado tempo". Aliás, o BCE não antecipa que a inflação regresse ao objetivo de médio prazo, de 2%, até 2025.
Em segundo lugar, destaca as projeções macroeconómicas foram concluídas no início de março, "antes das tensões recentes nos mercados financeiros". Por isso, frisa, "estas tensões implicam uma incerteza adicional em torno das estimativas centrais de inflação e crescimento".
Inflação "crítica" revista em alta
E em terceiro, as "pressões subjacentes sobre os preços mantêm-se fortes". O staff do BCE mostra-se mais preocupado com a evolução da inflação subjacente. Este indicador, que exclui os preços dos bens energéticos e alimentares, considerados mais voláteis, é considerada mais crítica, por dar uma dimensão de quão alastrada e enraizada está a subida de preços no geral da economia.
E a estimativa, agora, é que a inflação subjacente continue a descer mas menos: para 4,6% este este sno, para 2,5% em 2024 e para 2,2% em 2025, à medida que "as pressões de choques sobre a oferta passados e que uma política monetária cada vez mais apertada afunda a procura".
Em dezembro, antecipava que este indicador descesse para 4,2% em 2023, para 2,4% em 2025 e que se mantivesse nesse valor em 2025.
(Notícia atualizada com mais informação às 14:01)