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BCE disponível para dar apoio à liquidez do sistema financeiro "se necessário"

A autoridade monetária salienta que "o setor bancário da Zona Euro é resiliente", mas que detém instrumentos para apoiar a liquidez das instituições.

Reuters
16 de Março de 2023 às 13:51
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O Banco Central Europeu (BCE) assegura – perante um possível cenário de vulnerabilidade de alguns bancos face ao aumento das taxas de juro na Zona Euro – que dispõe das ferramentas necessárias para apoiar o sistema financeiro com liquidez.

"O conselho do BCE está a acompanhar de perto as recentes tensões no mercado e está preparado para responder conforme necessário, no sentido de preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira da Zona Euro", começa por explicar a autoridade monetária no comunicado emitido esta quinta-feira, após a reunião de política monetária.


O banco central sublinha que, apesar de considerar que "o setor bancário da Zona Euro é resiliente", dispõe de um "conjunto de instrumentos de política monetária", o qual "permite, se necessário", fornecer "apoio, em termos de liquidez, ao sistema financeiro da Zona Euro e preservar a transmissão regular da política monetária".

O aviso consta da nota que dá conta que, após a reunião de governadores esta quinta-feira, o BCE decidiu aumentar as taxas de juro diretoras em 50 pontos base. E surge depois de o vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, ter dito na terça-feira aos ministros das finanças da União Europeia que alguns bancos da UE podem estar vulneráveis à subida das taxas de juro, segundo a informação  avançada pela Bloomberg.

Banca está mais forte do que em 2008, frisa Lagarde

Na conferência de imprensa à margem da referida reunião, a presidente do BCE, Christine Lagarde, sublinhou que "estamos a acompanhar de perto" as mais recentes tensões nos mercados.

Isto depois de esta quarta-feira o Credit Suisse ter registado o pior dia em bolsa da sua história, após o seu maior acionista, o Banco Nacional Saudita, ter recusado, em entrevista à Bloomberg, ir para lá dos 9,9% de participação que já detém no capital do banco suíço. 

Perante os jornalistas, Lagarde voltou a frisar que o BCE possui uma "caixa de ferramentas" que pode dar apoio à liquidez do sistema financeiro, ainda que para já o BCE "não veja uma crise de liquidez". "Reafirmo a nossa confiança no setor da banca", acrescentou. 

A presidente da autoridade monetária recordou ainda que a banca europeia "está numa posição muito mais forte do que em 2008", altura da crise financeira após o colapso do Lehman Brothers, e lembrou as reformas que foram feitas deste então, dando vários exemplos, como as melhorias nos rácios de capital.

A presidente do BCE frisou também que na Zona Euro "não há casos similares aos que ocorreram na Califórnia", nos EUA, referindo-se assim ao colapso do SVB Financial Group, que detém o Silicon Valley Bank. 

O vice-presidente do banco central, Luis de Guindos acrescentou ainda que "o modelo de negócio do SVB era único", devido ao "desfazamento entre ativo e passivo tornava este banco vulnerável a qualquer alteração importante das taxas de juro". 

(Notícia atualizada às 15h02m).

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