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Stournaras sobre novo potencial apoio: "Tenho a certeza que BCE ambiciona transição suave"

O governador do Banco da Grécia disse à Bloomberg TV que o BCE ambiona uma transição leve de política monetária, reagindo a um alegado novo programa que está a ser estudado pela autoridade.

O BCE divulgou ontem o seu boletim económico no qual incluiu os resultados de um inquérito a grandes empresas.
Kai Pfaffenbach/Reuters
Gonçalo Almeida goncaloalmeida@negocios.pt 07 de Outubro de 2021 às 09:50
A potencial criação de um novo programa de dívida, por parte do Banco Central Europeu (BCE), vai ao encontro de uma transição suave que a autoridade bancária quererá preservar, de acordo com Yannis Stournaras, governador do Banco da Grécia, em entrevista à Bloomberg TV.

"A compra de ativos tem como objetivo preservar as condições de financiamento favoráveis, numa transição suave de política monetária que seja capaz de prevenir qualquer tipo de fragmentação", adianta o banqueiro e membro do BCE, que garantiu ainda que "tem a certeza que o Conselho de Governadores quer continuar a ambicionar isso".

Stournaras disse que, "neste momento, não vemos necessidade de alterar a atual política monetária". "O PEPP vai terminar em março próximo. Claro que poderá ser alargado, poderá ser cortado antes, dependendo das condições de financiamento". O BCE irá pronunciar-se sobre qualquer possível alteração apenas no encontro de dezembro. 

Ontem, a Bloomberg avançou que o Banco Central Europeu (BCE) está a estudar a criação de um novo programa de compra de dívida para lançar depois de o PEPP, o programa que foi criado para atenuar os efeitos da pandemia, terminar. O atual cheque de 1,85 biliões deve ficar sem notas disponíveis em março do próximo ano.

A concretizar-se, pode ser uma forma de a autoridade liderada por Christine Lagarde continuar a injetar alguma flexibilidade na economia da Zona Euro, para tentar evitar uma retirada abrupta de qualquer apoio e assim prevenir uma reação negativa nos mercados. 

O líder grego mostrou ainda que existe um "delay" entre a atual expectativa de aumento dos juros definidos pelo BCE e a real orientação do banco. 

No mês passado, o BCE negou que estivesse a ponderar subir as taxas de juro na Zona Euro nos próximos dois anos, ao contrário daquilo que tinha sido avançado pelo Financial Times, que citava um documento interno assinado pelo economista-chefe Philip Lane. Mas a instituição liderada por Christine Lagarde garantiu que "a notícia do FT não é correta".

"Lane não disse em nenhuma conversa com analistas que a Zona Euro iria atingir uma taxa de inflação de 2% logo após o fim do horizonte de projeções do BCE", garante a autoridade monetária em resposta à notícia do FT. O jornal britânico divulgou modelos internos, a que teve acesso, que sugerem que o BCE poderá subir juros nos próximos dois anos.
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