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Petróleo atenua perdas

As cotações do crude estão a aliviar das fortes perdas registadas durante a manhã, numa sessão extremamente volátil. Depois de uma queda em torno dos 8% nas primeiras horas de negociação, o petróleo seguia a ceder pouco menos de 1%.

02 de Janeiro de 2009 às 16:15
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As cotações do crude estão a aliviar das fortes perdas registadas durante a manhã, numa sessão extremamente volátil. Depois de uma queda em torno dos 8% nas primeiras horas de negociação, o petróleo seguia a ceder pouco menos de 1%.

O contrato de Fevereiro do West Texas Intermediate (WTI), crude de referência para os EUA, seguia a ceder 1,68%, para 43,85 dólares por barril, depois de já ter estado a perder hoje 7,96%. O WTI desvalorizou 54% no ano passado, naquela que foi a primeira queda desde 2001 – ano em que perdeu 26% - e a maior de sempre em termos anuais desde que começou a ser negociado em 1983.

Em Londres, o Brent do Mar do Norte, “benchmark” para a Europa, caía 1,29%, para 45 dólares, contra uma queda de 8,75% durante a manhã.

Faz hoje exactamente um ano que o petróleo atingiu pela primeira vez os 100 dólares por barril. O feito durou apenas um minuto, mas na sessão do dia seguinte as cotações superaram aquele mítico marco dos três digitos.

A 11 de Julho, o WTI cotou-se nos 147,27 dólares por barril e o Brent estabeleceu-se nos 147,50 dólares – recordes nunca antes vistos. Desde então, os preços já caíram mais de 100 dólares.

O crude tem estado a ceder terreno devido à especulação de que o ganho de 14% na última sessão do ano (quarta-feira) foi injustificado, atendendo ao contexto de diminuição da procura nos principais países consumidores de energia.

Na quarta-feira, as cotações dispararam, sustentadas por um aumento menor do que o esperado das reservas de crude nos EUA. Além disso, a ameaça da Rússia de cortar o fornecimento de gás à Ucrânia, bem como a violência em Gaza, poderão ter impulsionado compras adicionais antes do feriado do Ano Novo, comentou à Bloomberg um analista do BNP Paribas, Tom Bentz.

Angola assume presidência da OPEP

Entretanto, Angola assumiu ontem a presidência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que estava a cargo da Argélia. Este país africano tem pela frente o desafio de fazer cumprir o novo “plafond” de produção do cartel, reduzido em mais de quatro milhões de barris diários desde Setembro.

A nova quota de produção de Angola é de 1,517 milhões de barris por dia, o que corresponde a um corte de 19% face à sua produção de Novembro – sendo este o maior corte proporcional de todos os membros da OPEP.

A OPEP conta agora com 12 membros, visto que a Indonésia abandonou a organização por se ter tornado importadora de crude. Desses 12 membros, o Iraque – que está num regime especial definido pela ONU desde que invadiu o Koweit, em Agosto de 1990 – não tem quota de produção.

A prioridade de Angola – que integrou o cartel no início de 2007 - na liderança da OPEP é estabilizar os preços do petróleo num nível que satisfaça simultaneamente os consumidores e os produtores, afirmou o novo presidente do cartel, José Maria Botelho de Vasconcelos, citado pela Bloomberg.

O preço que a OPEP considera ideal está compreendido entre os 70 e os 75 dólares por barril, salientou aquele responsável.

O cartel, que decidiu o último corte de produção em reunião de 17 de Dezembro, poderá reunir-se extraordinariamente antes do encontro oficial agendado para Março, referiu na semana passada o ministro venezuelano da Energia, Rafael Ramirez.

Crude pode subir esta semana

Segundo 7 dos 14 analistas inquiridos pela Bloomberg, os futuros do petróleo deverão ganhar terreno até ao final da semana, uma vez que se espera que a OPEP cumpra o mais possível o seu novo “plafond” de produção, agora nos 24,845 milhões de barris por dia.

A contribuir para esta estimativa estão os receios de que a oferta do Médio Oriente seja perturbada devido ao conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

Em contrapartida, cinco inquiridos (36%) prevêem que os preços do crude desçam até sexta-feira – número que diminuiu face aos 46% que na semana passada prognosticavam uma tendência de queda. Os restantes dois analistas consideram que as cotações se manterão inalteradas.

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