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Outros dois membros do BCE querem subir juros. Mas pedem gradualismo

O italiano Fabio Panetta e o finlandês Olli Rehn refrearam a expetativa de um aumento dos juros mais elevado, uma hipótese levantada ontem por Robert Holzmann e já apoiada anteriormente por Klaas Knot.

Subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu é dada como certa algures este ano, apontando-se para o início do segundo semestre.
Ralph Orlowski/Reuters
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Há mais dois membros do conselho do Banco Central Europeu (BCE) a apoiar publicamente a subida dos juros de referência na Zona Euro já em julho. Desta vez foram o italiano Fabio Panetta e o finlandês Olli Rehn, mas ambos pedem gradualismo, refreando a expetativa de um aumento mais agressivo.

O "outlook" económico da Zona Euro justifica "terminar a compra líquida de ativos e gradualmente sair dos juros negativos", afirmou Panetta, num discurso esta quarta-feira, replicando o que a presidente do BCE, Christine Lagarde, já tinha referido. "Isto permitir-nos-ia normalizar a política monetária ao remover a parte acomodatícia que já não precisamos hoje", explicou.

"Taxas de juro negativas podem implicar distorções que seriam apenas necessárias e apropriadas quando a inflação ameaça ser demasiado baixa", defendeu Panetta, numa altura em que todas as taxas de juro do BCE estão em mínimos históricos.

A principal taxa de refinanciamento em 0% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,25%. Já a taxa aplicada aos depósitos está mesmo negativa: em -0,50%, o que deverá mudar dentro de menos de dois meses. Somam-se os membros do conselho que apoiam essa subida, mas não parece, no entanto, haver consenso sobre a dimensão da subida.

"Dado o nível excecional de incerteza que enfrentamos, devemos normalizar a nossa política monetária gradualmente", disse Panetta, sublinhando que é "imprudente" o BCE comprometer-se antecipadamente com qualquer passo futuro após o verão.

Da mesma forma, também o governador do Banco da Finlândia, Olli Rehn, pediu gradualismo esta quarta-feira, apontando para uma subida das taxas dos depósitos em 25 pontos base para -0,25% em julho e outra na mesma dimensão "quando o outono chegar".

"Por um lado, temos de ter em consideração os fatores que estão a afetar a rápida aceleração da inflação e, por outro, os fatores que possam causar uma rápida desaceleração do crescimento", sublinhou Olli Rehn. "O cenário não é simples, mas o conselho do BCE tem as ferramentas de política monetária necessárias à sua disposição para estabilizar a situação".

Na terça-feira, o governador austríaco e membro do conselho do BCE Robert Holzmann afirmou que uma subida dos juros de 50 pontos base seria "apropriada" em julho, tornando-se o segundo membro do grupo a abrir a porta a um aumento dos juros acima do esperado atualmente pelo mercado. O holandês Klaas Knot referiu também, há uma semana numa entrevista à Reuters, que o BCE "tem de normalizar" a política monetária e, apesar de considerar um aumento de 25 pontos base em julho "realista", frisou que o dobro "não é de excluir".
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