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Governador italiano quer BCE a subir taxas de juro de forma "gradual" e "ordenada"

O governador do Banco de Itália sublinhou, durante o encontro anual da instituição, que "deve ser garantido que o processo de normalização da política monetária corre de forma ordenada, para evitar a fragmentação do mercado".

Reuters
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O Banco Central Europeu (BCE) deve subir as taxas de juro "de forma gradual", de maneira a evitar a "fragmentação" do mercado da Zona Euro, avisou o membro italiano do Conselho da autoridade monetária, Ignazio Visco.

 

O governador do Banco de Itália sublinhou, durante o encontro anual da instituição, que "deve ser garantido que o processo de normalização da política monetária corre de forma ordenada, para evitar a fragmentação do mercado".

 

Para Visco, o BCE não deve apressar-se a subir as taxas de juro diretoras, devido ao risco de abrandamento económico: "tendo em conta a incerteza em torno das perspetivas económicas, as taxas de juro devem aumentar de forma gradual". O membro do conselho de política monetária recorda ainda que "até ao momento, o crescimento dos salários na Zona Euro tem sido moderado".

 

Durante a intervenção, o governador não pôde deixar de fora o apelo para que o BCE haja de forma a evitar o risco de "fragmentação" das condições de financiamento, uma palavra-chave que traz à memória a crise das dívidas soberanas e a turbulência vivida por Itália no início da pandemia.

 

"O aumento do spread entre as obrigações italianas e alemãs [estas últimas "benchmark para o mercado europeu] confirmam que a dívida pública ainda é uma fonte significativa de vulnerabilidade".

Os juros das dívidas a dez anos têm agravado de forma expressiva na Zona Euro, estando Itália a comandar a tendência. A yield da dívida italiana a dez anos superou no início deste mês o patamar dos 3%. Já os juros das bunds alemãs negoceiam acima da fasquia de 1% alcançada no passado dia 5 de maio, pela primeira vez desde 2015.

 

As palavras da "pomba italiana" do BCE surgem depois de o o governador austríaco e membro do conselho do BCE, Robert Holzmann, ter admitido há uma semana que o BCE deveria considerar arrancar o ciclo de subidas nos juros de referência com um aumento de 50 pontos base para convencer os participantes da economia de que está a levar a sério o combate à inflação.

 

Para já a intenção da presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, e do seu economista-chefe Philp Lane aponta apenas para uma subida das taxas de juro aplicadas aos depósitos de 25 pontos base em julho, tendo Lane reconhecido a possibilidade de um aumento semelhante em setembro.

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