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Juros da dívida em alta por toda a Europa com incerteza política na Grécia. Portugal interrompe quedas

Os mercados estão a olhar de forma apreensiva para a situação política em Atenas. A incerteza política na Grécia está a inflacionar as taxas de juro da dívida por toda a Europa e interrompeu a tendência de queda de Portugal.

09 de Dezembro de 2014 às 11:14
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A dívida helénica regista a maior subida entre os estados membros da Zona Euro. A taxa de juro de referência, a 10 anos, está a subir 43,3 pontos base para 7,677%, na sessão desta terça-feira, 9 de Dezembro. Os maiores aumentos estão a ter lugar nas maturidades de curto prazo: a três anos, mais 107,4 pontos base para 7,548%; a cinco anos, mais 84,8 pontos para 7,284%.

 

Os mercados também estão a castigar a dívida portuguesa. Depois de quatro dias consecutivos a bater mínimos históricos, a taxa de juro de longo prazo de Portugal está a subir 6,2 pontos base para 2,781%.

 

A taxa já alcançou os 2,717% durante a negociação, depois de ontem ter batido um mínimo histórico ao alcançar os 2,714% no mercado secundário. A maior subida nas diferentes maturidades está a ter lugar nas obrigações a seis meses, ao subir 9,8 pontos para 0,189%.

 

Também se registam aumentos nas maiores economias da Zona Euro. Na Alemanha, o "bund" sobe 0,3 pontos para 0,716%, em França, sobe 0,5 pontos para 0,976%.

 

Mais a Sul, o cenário também é negativo. A taxa de juro de longo prazo de Espanha ganha 0,6 pontos para 1,791%; a taxa de Itália a 10 anos sobe 3,1 pontos para 1,974%.

 

Na Holanda e na Finlândia, a taxa de juro sobe 0,4 pontos em ambos os países, para 0,836% e 0,793% respectivamente. Na Irlanda, o juro ganha 0,5 pontos para 1,335%.

 

A subida dos juros está a ser influenciada pela incerteza política em Atenas. O Governo grego convocou ontem a realização de eleições presidenciais antecipadas. O escrutínio vai ter lugar na próxima semana, 17 de Dezembro. Contudo, o presidente grego é eleito através de sufrágio indirecto, pelos deputados no parlamento. No entanto, as contas eleitorais não são favoráveis à coligação governamental.

 

O Governo de Antonis Samaras (conservador) e de Evangelos Venizelos (socialista) dispõe de apenas 155 deputados eleitos quando são necessários dois terços (duzentos dos actuais trezentos deputados) para eleger um presidente.

 

Isto significa que vai precisar de apoios para eleger um presidente. Todavia, o maior partido da oposição, o Syriza, já começou a apelar aos restantes partidos da oposição para bloquearem a votação de forma a provocar a queda do Governo e a realização de eleições legislativas antecipadas.

 

A coligação liderada por Alexis Tsipras defende o fim da austeridade e quer fazer uma reestruturação da dívida grega com os credores. Os mercados estão assim a olhar com alguma cautela para uma possível vitória do Syriza.

 

"Temos todas as razões para esperar um feliz ano novo", disse hoje Alexis Tsipras, considerando que a realização de eleições presidenciais antecipadas vai provocar a queda do Governo. As sondagens mais recentes demonstram que o Syriza é o favorito à vitória nas eleições gerais. 

 

O Eurogrupo deu ontem luz verde para estender durante mais dois meses o programa europeu de resgate para a Grécia. Este programa deveria terminar no final deste ano, mas as incertezas sobre o Orçamento de Estado grego para 2015, levaram os parceiros europeus a exigir mais austeridade do que a prevista no documento. A troika deverá agora regressar a Atenas nos próximos meses para analisar as contas públicas do país.

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