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Hillary Clinton e o capitalismo trimestral: Vale a pena encorajar o investimento de longo prazo?
Peter Orszag, vice-chairman do Citigroup, comenta a perspectiva de Hillary Clinton sobre o capitalismo trimestral.
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A ex-secretária de Estado e primeira-dama dos EUA, que a 12 de Abril anunciou a sua candidatura à presidência do país, tem uma proposta de reforma tributária para as empresas, que inclui uma escala móvel para impostos sobre ganhos de capital, e defende uma maior transparência na recompra de acções por parte das empresas para lutar contra o ‘capitalismo trimestral’.
"Hoje em dia os mercados focam-se demasiado no curto prazo (…) e nas declarações dos resultados trimestrais e muito pouco nos investimentos de longo prazo", declarou recentemente Hillary Clinton.
Num discurso em Nova Iorque, no passado dia 24 de Julho, a ex-secretária de Estado disse que os investidores institucionais têm a obrigação de travar as operações especulativas "relâmpago" (‘hit and run’) e defendeu a necessidade de as empresas partilharem os seus lucros com os trabalhadores, uma vez que isso promove a produtividade.
A candidata democrata às eleições nos EUA está, assim, decidida a controlar o "curto-prazismo corporativo" e a reforma tributária sobre as mais-valias de capital é apenas a primeira das cinco grandes áreas para as quais chamou a atenção para inverter a tendência do capitalismo trimestral que, acusa, leva a que as empresas não invistam tanto em inovação, capital, formação dos trabalhadores e salários, já que preferem dar prioridade às finanças e aos dividendos.