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Fed fará em 2025 "dois cortes de 25 pontos base e ficaremos por aí", prevê economista do Banco Mundial

O banco central dos EUA decidiu reduzir a taxa dos fundos federais em 25 pontos base, para um intervalo compreendido entre 4,25% e 4,5%. Para o economista Marlon Francisco, a Fed apenas fará dois cortes em 2025, num ano em que muito pode acontecer com o regresso de Donald Trump à Casa Branca.

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Após um passo cauteloso da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que anunciou na quarta-feira, após dois dias de reunião de política monetária, mais um corte de 25 pontos base da sua taxa dos fundos federais, Marlon Francisco, economista no Banco Mundial, sublinha que há três dados fundamentais a ter em conta.

"O primeiro, o facto de a inflação ter sido mais alta em novembro, em 2,7%, bastante acima daquilo que se esperava, e principalmente a inflação subjacente que se encontra nos 3,3%, bastante acima do 'target' dos 2%. Por outro lado, o mercado de trabalho também tem vindo a abrandar, as contratações nos últimos seis meses têm estado à volta dos 100 mil empregos criados, e o crescimento também abrandou um bocado", enumera em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW.

Para o economista, estes são sinais contraditórios e sublinha que "se passaram de quatro cortes esperados para o próximo ano para uma mediana de dois cortes. Reviram a inflação em alta e os próprios juros passam de uma média de 3,1% a 3,6%, que eram o que eles achavam em setembro, para 3,6% a 4,1%. Acho que para o próximo esperamos dois cortes de 25 pontos base e ficaremos por aí".

Questionado sobre o impacto na economia com o regresso de Donald Trump à Casa Branca, Marlon Francisco começa por recordar que o mandato de Jerome Powell à frente da Reserva Federal norte-americana termina em fevereiro de 2026 e que "a retórica que tem acontecido por parte de Trump tende a indicar que, provavelmente, irá nomear uma pessoa diferente".

O economista explica que a saída de Powell é um dos impactos mais diretos da entrada de Trump, mas depois há outros impactos indiretos: a introdução de tarifas alfandegárias, que "cria uma subida de preços que tem de ser controlada por uma subida das taxas de juro"; e a questão sobre se "o departamento de eficiência governativa vai para a frente, pois se conseguissem cortar os dois biliões de dólares que pensam, aproximadamente 30% da despesa para 2025, teria efeitos nefastos".

Quanto à Europa, o economista sublinha que "os analistas creem que os juros terminarão à volta de 2% no final de 2025. O grave problema da Europa neste momento é o crescimento muito fraco, ou seja, este novo comunicado do Banco Central Europeu (BCE) reviu em baixa o crescimento para 1,1% em 2025 'versus' 1,3% que tinha sido o de setembro".

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