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Fed não dá oferta de Natal. Wall Street cai com estrondo

O cenário de menos cortes de juros pela Fed do que o antecipado no próximo ano penalizou os principais índices norte-americanos. O Dow Jones registou a décima sessão consecutiva de perdas, a mais longa série desde 1974.

O candidato republicano venceu as eleições nos Estados Unidos e em Wall Street o dia foi de recordes ao contrário das bolsas europeias.
Richard Drew/AP
18 de Dezembro de 2024 às 21:11
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Os principais índices norte-americanos pintaram-se de vermelho, mesmo depois de a Reserva Federal ter cortado juros em 25 pontos base tal como era esperado. No entanto, o banco central atualizou o "dot plot" - o mapa que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas futuras nos juros diretores - que passa a sinalizar apenas duas descidas de juros em 2025, ao invés das anteriores quatro.

O Dow Jones perdeu 2,58% para 42.326,87 pontos, a maior queda diária desde agosto e assinalando a décima sessão consecutiva de perdas - a maior sequência negativa desde 1974. Já o S&P 500 caiu 2,95% para os 5.872,16 pontos, assinalando também a maior queda desde agosto. Por sua vez, o Nasdaq Composite desvalorizou 3,56% para 19.392,69 pontos, depois de na segunda-feira ter atingido o valor de fecho mais elevado de sempre, nos 20.173,89 pontos.

A Fed anunciou esta quarta-feira, após dois dias de reunião de política monetária, mais um corte de 25 pontos base da sua taxa dos fundos federais, que fica agora num intervalo entre 4,25% e 4,5%, um movimento que já era esperado pelo mercado e pelos analistas.

E se nas previsões de setembro o "dot plot" apontava para que os juros terminassem nos 3,4% no final do próximo ano, agora a Fed acredita que devem cifrar-se em 3,9%, devendo chegar aos 3,4% apenas em 2026 (quando antes apontava para que no final desse ano a taxa dos fundos federais tocasse nos 2,9%). Tal sinaliza uma descida de apenas 50 pontos base em 2025, devido a um mercado laboral robusto e a falta de progressos no abrandamento da inflação.

Apesar de o presidente Jerome Powell não querer assumir uma posição relativamente ao impacto das tarifas de Trump na inflação, os analistas acreditam "que algumas preocupações relativamente ao impacto das tarifas pode já estar já a traduzir-se nas projeções da Fed", disse à Reuters Brian Jacobsen, economista-chefe da Annex Wealth Management.

Entre os principais movimentos de mercado, a Tesla mergulhou mais de 8%, após ter valorizado mais de 14% nas últimas duas sessões.

Pela positiva, a Birkenstock sobe mais de 2%, após os resultados da empresa terem ficado acima do esperado, devido às vendas nos Estados Unidos e na Ásia.

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