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Espanha estreia-se no mercado de dívida pública verde

Tesouro espanhol irá juntar-se a França e Alemanha como grandes emitentes destas obrigações que servem primordialmente para financiar projetos ligados à sustentabilidade.

Quique Garcia / Lusa
06 de Setembro de 2021 às 18:06
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Espanha vai-se estrear no exclusivo mercado de dívida pública verde. O país deverá avançar com uma emissão de cinco mil milhões de euros em títulos a 20 anos já na terça-feira, segundo apurou a Bloomberg junto de duas fontes próximas. A concretizar-se a colocação como previsto, o país entrará diretamente para o top dos maiores emitentes de green bonds do mundo.

O Tesouro espanhol terá contactado bancos de investimento, esta segunda-feira, para avançar com a emissão na terça-feira. Espanha irá juntar-se a Itália, França e Alemanha, que realizaram emissões semelhantes este ano. Estas operações foram as principais responsáveis para que o montante de obrigações sindicadas na Europa tenha atingido o recorde de 286 mil milhões de euros.

"Isto irá confirmar que há procura para os emitentes de obrigações verdes que estão a testar o mercado. A primeira emissão de dívida verde de Itália teve uma procura quase 10 vezes superior à oferta quando foi lançada", diz Antoine Bouvet, estratega sénior do ING, à agência. O Reino Unido está também a preparar leilões de dívida verde, enquanto Portugal sinalizou essa intenção em 2017, mas nunca avançou com um plano concreto.



Apesar de o mercado de dívida verde ter sido iniciado e expandido por privados, os soberanos têm ganho espaço e o Tesouro de França tornou-se o maior emitente de sempre com três operações a totalizarem os 10,9 mil milhões de euros. Segundo dados da Climate Bonds Iniciative, a colocação de Espanha poderá entrar diretamente para o top 10 das maiores de sempre.

No primeiro semestre de 2021, o investimento verde totalizou 191,9 mil milhões de euros. A projeção da Climate Bonds Iniciative aponta para que, na totalidade do ano, este montante ascenda a um intervalo entre os 337 mil milhões e os 380 mil milhões de euros, o que representará um novo aumento para máximos de sempre. A marca dos 1 bilião de investimento anual poderá ser alcançada em 2023, de acordo com a organização especializada.

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