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EDP avança com nova emissão de dívida verde a 60 anos
A elétrica portuguesa está novamente nos mercados à procura de financiamento para alargar o espólio de energias renováveis. A operação deverá ficar fechada ainda esta tarde e o montante ainda não é conhecido.
A emissão será realizada em duas tranches com opções de reembolso antecipado ao fim de 5,5 anos e também de 8 anos, sendo que as taxas de juro irão diferir consoante as maturidades. No caso da primeira data de liquidação, a yield indicativa (com base nas ordens estabelecidas junto dos bancos nas primeiras horas) situa-se em 1,6%. Já no que toca ao segundo prazo, a yield aponta para 1,95%.
Esta descida está a ser causada pela forte procura por dívida da elétrica, com as ordens colocadas junto dos vários bancos a superarem já os 3,1 mil milhões de euros, de acordo com dados provisórios a que o Negócios teve acesso.
Os dados finais da operação deverão ser conhecidos após o fecho do mercado e só nessa altura será divulgado o montante final captado. Estes títulos são híbridos pois uma parte do retorno é fixa (taxa de juro) e outra é equiparada a capital. Se nenhuma opção de call for acionada, a data final da liquidação é 14 de março de 2082. Contactada pelo Negócios, a EDP não confirmou a colocação.
Ainda assim, as três maiores agências de "rating" já se pronunciaram sobre a emissão. O montante total que será encaixado e a data final para "estão sujeitos às condições de mercado", de acordo com uma nota da Moody's que atribuiu o "rating" de Ba2 à emissão, ligeiramente abaixo das concorrentes Fitch e S&P que olharam para a saúde desta operação com um "rating" de BB+. Nos três casos, trata-se de níveis de investimento especulativo.
"O 'rating' Ba2 atribuído à emissão híbrida é dois níveis abaixo do 'rating' de emissor de longo prazo da EDP de Baa3, refletindo as características dos veículos de dívida híbridos. A maturidade é superior a 60 anos e a EDP pode optar pelo diferimento dos cupões numa base cumulativa. O 'rating' está em linha com o das notas híbridas existentes já emitidas pela empresa", pode ler-se no comunicado da Moody's.
Já a Fitch garante que "a emissão de dívida proposta vai aumentar a camada de híbridos na estrutura de capital da EDP e vai ajudar a aumentar a flexibilidade financeira da empresa. Os títulos híbridos estão a ser emitidos para financiar ou refinanciar projetos verdes (eólicos e solares)".
No início deste ano, a EDP tinha também ido aos mercados com uma emissão de dívida idêntica, também com um prazo de 60,5 anos e com uma taxa de juro fixada em 1,95%. Na altura, a EDP fixou o valor da operação em 750 milhões de euros, pelo que a procura superou a oferta em quase quatro vezes.
(Notícia atualizada às 14:00 horas)