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A ideia foi lançada pela presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, em maio e recebe agora o apoio de uma das mais importantes instituições financeiras na Europa. O presidente do banco suíço UBS, Axel Weber, considera que a Europa deve apostar na criação de um "mercado de capital verde" para "financiar a transição para combustíveis menos poluentes e outras iniciativas necessárias para cumprir as metas climáticas do Acordo de Paris", avança a Bloomberg.
Enquanto membro do painel de oradores do Fórum Europeu de Alpach, realizado na Áustria, Weber salientou que a Europa devia aproveitar a posição de liderança no combate às alterações climáticas para desenvolver uma união em torno de um mercado de capitais "verde".
"Se enquanto europeus não somos tão bem-sucedidos ao competir com os mercados de capitais dos Estados Unidos, por que é que não apostamos naquilo que somos melhores e construímos o mercado de capital verde do futuro? ", questionou Weber, citado pela agência.
As empresas europeias dependem de empréstimos bancários para cerca de 70% do financiamento, muito acima das pares nos Estados Unidos, onde o recurso aos mercados de capitais é muito superior.
A questão da sustentabilidade não é nova para o presidente do banco suíço que tem vindo a apoiar expressamente a necessidade de tornar as finanças mais sustentáveis do ponto de vista dos critérios ambientais, sociais e de governo de sociedades (ESG, na sigla em inglês).
Aquilo que tanto Lagarde como Weber defendem é que o projeto de mercado de capitais único seja convertido em mercado de capitais verde, onde todos os empréstimos e investimentos possam ser direcionados para projetos sustentáveis ou que contribuam para as metas ambientais definidas na Taxonomia aprovada pela Comissão Europeia.
O presidente da UBS referiu ainda que a meta do acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo dos 2 graus Celsius é "pouco ambiciosa" e que um mercado de capital verde na Europa poderia ter uma capitalização de mercado de mais de 100 biliões de dólares. "O que precisamos de fazer é obter grandes empresas financeiras e globais que sigam essa agenda", concluiu o líder do UBS.