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Ser verde compensa? Banqueiros europeus podem passar a ter salário indexado a metas ESG

Já não basta atingir resultados e gerar lucro, em breve a contribuição para as métricas ambientais, sociais e de governo (ESG) ditarão um pacote salarial maior ou menor para os banqueiros europeus.

Negócios 22 de Agosto de 2021 às 12:00
A taxa Ester, do Banco Central Europeu, vai passar a publicar dados para os mesmos prazos da Euribor, posicionando-se como uma alternativa.
Kai Pfaffenbach/Reuters
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A sustentabilidade está a alastrar-se à generalidade das dimensões, desde a alimentação ao consumo, mas também ao dinheiro. O setor financeiro tem feito esforços para alinhar com as mudanças e, a par de uma transição nos segmentos onde alocam os investimentos, os próprios gestores poderão ter de demonstrar que estão a cooperar com o alinhamento.

Os banqueiros europeus poderão passar a ter uma parte dos salários indexada ao cumprimento de critérios ambientais, sociais e de governo societário (ESG, na sigla em inglês). A maioria dos vinte principais bancos europeus, questionados pela Businesshala num inquérito a que a Bloomberg teve acesso, diz que já tem um modelo para avaliar métricas de sustentabilidade ou está a trabalhar nisso.

A mudança é impulsionada pela decisão dos reguladores europeus de passar a considerar riscos ESG nas diretrizes relativas às remunerações. Alguns dos maiores bancos globais já estão a trabalhar em metas ESG. É disso exemplo o britânico HSBC, no qual a redução de emissões de carbono (próprias e dos clientes) é determinando para manter 25% das remunerações variáveis até 2030.

"As empresas que refletem o ESG em salários fazem um trabalho melhor ao identificar e reconhecer os riscos com antecedência", explica Ingo Specht, diretor de sustentabilidade e governo corporativo da Decca Investments, à Bloomberg. "A sustentabilidade é um impulsionador de valor", defende.


Para reforçar a especialização interna, os bancos estão principalmente a dar formação interna sobre sustentabilidade às equipas que já têm, em alternativa a contratar especialistas, revela ainda o estudo. De acordo com alguns membros do setor, o incentivo a incluir métricas ESG vai além da regulamentação pois o não alinhamento pode comprometer a imagem pública (e consequentemente a confiança dos clientes).

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