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Espanha: Bolsa cai e juros agravam com turbulência na Catalunha

Os activos espanhóis estão a ser penalizados nos mercados numa altura em que se agrava a tensão entre o governo catalão e o executivo de Madrid. A bolsa espanhola lidera as perdas e os juros agravam.

Reuters
19 de Outubro de 2017 às 10:11
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A bolsa espanhola acentuou as perdas esta manhã, depois de conhecidas as ameaças da Generalitat catalã de levar a independência da região a votação no parlamento se o governo de Madrid não dialogar, posto o que o executivo liderado por Mariano Rajoy anunciou o avanço para a "bomba atómica": a activação do artigo 155.º da Constituição.

Em Madrid, o IBEX 35 cai 0,97% para 10.173,60 pontos - mas já esteve a perder 1,03%, na maior queda desde 10 de Outubro - com os títulos do sector financeiro e do imobiliário e construção entre os que mais penalizam. A imobiliária Colonial lidera as perdas, ao descer mais de 2,5%, enquanto a Ferrovial cai 1,5%.

Na banca, os títulos que mais recuam são os de instituições mais expostas à Catalunha, apesar de já terem retirado a sede da região para evitarem o impacto da incerteza resultante das ameaças de Carles Puigdemont, o presidente do governo regional. O Sabadell recua 1,7% e o CaixaBank, dono do português BPI, perde 1,5%. Já o Santander cede 1,4%.

Na frente das obrigações, os juros da dívida espanhola seguem em agravamento, em contraciclo com o resto dos pares do sul do Euro, incluindo Portugal. A 'yield' das obrigações de Madrid em mercado secundário agrava 1,8 pontos base, para 1,637%, a subir pela segunda sessão depois de cinco dias consecutivos a aliviar.

O spread em relação à dívida alemã no mesmo prazo - o prémio de risco - está em 124,7 pontos base, o valor mais elevado também desde 10 de Outubro, dia em que Puigdemont fez o anúncio da declaração de independência no parlamento, com efeitos suspensos.

A turbulência na Catalunha já penalizou o tesouro espanhol esta manhã numa ida aos mercados em que os juros pagos por Madrid se agravaram em relação às últimas emissões correspondentes. No prazo a três anos, passou de juros negativos (-0,014%) para valores positivos (de 0,074%), enquanto numa emissão a 30 anos os juros foram de 2,883% contra 2,789% na operação anterior.

Só na reabertura de uma linha de obrigações a 15 anos é que Madrid pagou menos para se financiar: 1,144% contra 1,365%.

(Notícia actualizada às 10:20 com mais informação)
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