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Dados do emprego nos EUA baralham contas da Fed e dos mercados

Os números do emprego na maior economia do mundo foram inferiores ao previsto e aumentaram a incerteza sobre a capacidade de a Reserva Federal dos Estados Unidos subir a taxa de juro em breve. O ouro dispara e dólar perde terreno.

8. Janet Yellen, presidente da Reserva Federal dos EUA
Bloomberg
03 de Junho de 2016 às 15:45
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Dólar em forte queda. Bolsas a cair e ouro a valorizar. Foi a reacção imediata dos investidores aos fracos dados do emprego nos Estados Unidos. Estes aumentaram a incerteza sobre o estado de saúde da economia norte-americana e sobre a margem que a Reserva Federal norte-americana dispõe para subir as taxas de juro. Nas últimas semanas, alguns responsáveis da Fed, entre os quais Janet Yellen indicaram que os juros poderiam subir em breve.

Mas a criação mais baixa de postos de trabalho dos últimos seis anos coloca em risco a determinação da autoridade monetária em prosseguir com o ciclo de normalização das taxas. Em Maio, os empregadores norte-americanos adicionaram 38 mil postos de trabalho, o valor mais baixo desde Setembro de 2010. Apesar disto, a taxa de desemprego desceu para 4,7%, o nível mais baixo desde Novembro de 2007, factor que é explicado pelo maior número de americanos a saírem da população activa.

Estes dados do mercado de trabalho, um dos indicadores-chave para as decisões da Fed, estão a ser interpretados como um factor que afasta a probabilidade da subida dos juros este mês e dificulta que se tome essa decisão em Julho. "O abrandamento no crescimento de postos de emprego aparenta ser transversal a todos os sectores. E levanta questões sobre a dinâmica e as perspectivas para o crescimento. O mais fácil a dizer é que uma subida de juros em Junho está fora de questão. E será necessária uma boa recuperação destes dados para haver subida em Julho", considerou Michael Feroli, economista-chefe do JP Morgan, citado pela Bloomberg.

Dólar sob pressão, ouro brilha

Com a menor probabilidade de uma subida de juros em breve, o dólar sofreu o impacto. A nota verde desvaloriza 1,32% face a um cabaz constituído pelas principais divisas mundiais. O euro sobe 1,70% contra o dólar, negociando acima de 1,13 dólares. Já o Brent cede 0,78% para 49,65 dólares.

O comportamento das bolsas também reflecte preocupações do mercado em relação à economia dos Estados Unidos. O S&P 500 segue a desvalorizar 0,79%, enquanto o europeu Stoxx 600 cede 1,20%. Os investidores estão a privilegiar activos vistos como mais seguros, como o ouro. O metal amarelo valoriza 2,52% para 1.241,50 dólares.

Os dados do emprego "foram muito desapontantes e adicionam muita incerteza a um mercado que estava a preparar-se para uma subida dos juros por parte da Fed no Verão. E fazem as pessoas questionar a força real do mercado de trabalho. Foi um 'timing' terrível, já que a confiança começava a regressar ao mercado", considerou Allan von Mehren, analista do Danske Bank.

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