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As minutas da Fed descodificadas por um “hedge fund”

Depois da própria reunião de política monetária dos EUA, a divulgação das minutas são o acontecimento mais aguardado. Revelam o que domina as preocupações dos responsáveis da Fed, mas de forma codificada. Agora, o Two Sigma explica tudo.

Bloomberg
28 de Maio de 2016 às 10:30
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Quatro semanas depois de cada reunião de política monetária, a Reserva Federal dos EUA publica as minutas do respectivo encontro. Um documento no qual sumariza as opiniões expressadas durante os dois dias e que, por isso mesmo, atrai sempre a atenção de investidores e especialistas. Mas a linguagem tradicionalmente opaca – característica que tem sido revertida – faz deste um verdadeiro quebra-cabeças. Mas agora há um "hedge fund" (fundo de cobertura de risco) que descodifica toda a informação.

"No passado, as interpretações das minutas requeriam arte", nota o Two Sgima, numa nota de análise publicada em Maio. Mas o "hedge fund" aponta que, "agora, as técnicas de processamento de linguagem natural conseguem traduzir essas minutas". E acrescenta mesmo que "os resultados parecem tanto claros como objectivos".

Exemplo disso mesmo são as minutas publicadas após a crise financeira de 2008. "A Fed aumentou o tempo dedicado a discutir os mercados financeiros de 10% em 2007 para perto de 40% no final de 2008", explica a nota do Two Sigma. E explica que, actualmente, quatro temas distintos dominam cerca de 20% das minutas. Algo inédito, sendo que em causa está a inflação, o crescimento, os mercados financeiros e a política monetária.

Mas há outras conclusões a retirar do estudo deste "hedge fund". Um exemplo disso é que o crescimento dominava por completo as minutas em 2002, com um peso de 50%. Este fica significativamente abaixo dos 24% registados actualmente. O comércio, que então já tinha um peso reduzido (9%), passou a significar ainda menos. Representa apenas 4% do tempo que os responsáveis da Fed dispensam nas suas reuniões.

Interessante é também a clivagem entre os dois mandatos do banco central norte-americano. O emprego tem uma dimensão quase insignificativa, ascendendo a apenas 5% das minutas. Por outro lado, a inflação vale 24% e é, juntamente com o crescimento, o tema mais discutido. Tudo graças à crescente importância que ganhou nos últimos anos, devido ao risco de deflação. Em 2009, por exemplo, este tema representava apenas 11% das minutas.

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