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Yellen admite ser "adequado" subir juros "nos próximos meses"
A presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos considera que a melhoria em curso da economia norte-americana torna "adequado" um aumento da taxa de juro nos próximos meses.
A presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos confirmou esta sexta-feira, 27 de Maio, ser provável que a Fed eleve a taxa de juro directora do país "nos próximos meses", contudo Janet Yellen deu a entender que tal decisão não deverá ocorrer já em Junho.
Num discurso proferido esta tarde na Universidade de Harvard, Yellen disse ser "adequado - como eu já disse no passado - que a Fed aumente de forma gradual e cautelosa a nossa taxa de juro", mas ao referir que "provavelmente" essa decisão acontecerá "nos próximos meses" como que afastou a hipótese de isso acontecer já no próximo mês.
Mas tal como tem sido sustentado por diversos analistas, seria de todo improvável que a Reserva Federal dos Estados Unidos decidisse aumentar os juros na reunião mensal da Fed que acontecerá precisamente a meio do próximo mês (14 e 15 de Junho), isto porque antecederia o resultado do referendo sobre a saída do Reino Unido ("Brexit") da União Europeia (UE), que se realiza a 26 de Junho. Também esta sexta-feira, os líderes do G-7 afirmaram que um evento de "Brexit" teria consequências altamente gravosas para a economia mundial, com esse cenário a apresentar um "grave risco para o crescimento" global.
Depois de em Dezembro a instituição liderada por Yellen ter decretado o primeiro aumento dos juros em mais de seis anos, vários governadores da Fed, incluindo a sua presidente, têm falado na intenção de subir de forma "gradual", e mediante a robustez da recuperação da economia dos Estados Unidos, o custo do dinheiro. Esta sexta-feira, Janet Yellen notava que "a economia continua a melhorar", acrescentando que "a inflação vai crescer nos próximos anos para o nosso objectivo de 2%".
Independentemente de ser já em Junho, ou passado um ou dois meses, parece ser já certo que no Verão haverá uma nova subida dos juros, a segunda em sete anos. Até porque dados recentes sobre a conjuntura económica nos Estados Unidos mostravam o aumento da criação de emprego e a redução da taxa de desemprego para 5%. Como sublinha a agência Bloomberg, também a inflação e os salários têm dado sinais positivos nos últimos meses.
Na sequência do discurso da líder da Fed, o dólar começou a negociar em alta face ao euro, estando nesta altura a subir 0,69% face à divisa europeia, com cada euro a valer 1,11161 dólares.
(Notícia actualizada às 20:00)