A Reserva Federal dos EUA (Fed) poderá voltar a subir a taxa de juro de referência já na próxima reunião. A revelação é feita nas minutas do último encontro, com a instituição liderada por Janet Yellen a impor como condição a melhoria dos diversos indicadores económicos. Mas por várias vezes deixa a porta aberta à decisão, salientando que a mudança de linguagem é intencional.

"É provável que seja apropriado para o Comité [de Federal de Mercado Aberto, FOMC] subir o intervalo da taxa de juro de referência em Junho", revelam as minutas do encontro de Abril, divulgadas esta quarta-feira, 18 de Maio. Actualmente entre 0,25% e 0,50%, a condição imposta para revisão da taxa de referência reside apenas na economia.

"Se os dados a surgir forem consistentes com a aceleração do crescimento económico no segundo trimestre, com um contínuo fortalecimento das condições do mercado laboral e com a progressão da inflação em direcção aos 2%", exige o documento. E apesar de "os participantes terem expressado várias perspectivas sobre a probabilidade" de uma revisão, as minutas salientam por diversas vezes que a possibilidade estará em cima da mesa no próximo encontro, a 14 e 15 de Junho.

Depois de terem subido os juros em Dezembro passado – a primeira vez em quase uma década -, o FOMC "considerou globalmente que era apropriado deixar as suas opções políticas em aberto e manter a flexibilidade de tomar esta decisão". Isto depois de, no comunicado emitido em Abril, terem logo salientado que "deixavam aberta a possibilidade" de uma subida dos juros em Junho.

Alguns membros da reunião revelaram o receio de que os investidores pudessem não estar preparados para a decisão. Por isso, destacam novamente as minutas, os responsáveis "enfatizaram a importância de comunicar claramente durante o período entre reuniões, sobre como o Comité pretende responder aos desenvolvimentos económicos e financeiros".

Mas há mais. "Esta mudança na linguagem teve como intenção transmitir a perspectiva do Comité de que os riscos associados com os desenvolvimentos mundiais diminuíram desde a reunião de Março", acrescentam as minutas. Mais uma referência à possível subida dos juros, depois de vários responsáveis da Fed terem assumido publicamente que receavam o facto de os mercados não anteciparem adequadamente a probabilidade de a decisão vir a acontecer.

(Notícia actualizada às 19:50, com mais informação)