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Correcção bolsista é o esvaziar de uma bolha especulativa

A actual correcção dos mercados bolsista é o esvaziar de uma bolha especulativa e o seu impacto negativo nas economias reais vai depender da dimensão da queda, disse hoje à Lusa o economista João Loureiro, professor da Universidade de Economia do Porto.

16 de Agosto de 2007 às 16:37
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A actual correcção dos mercados bolsista é o esvaziar de uma bolha especulativa e o seu impacto negativo nas economias reais vai depender da dimensão da queda, disse hoje à Lusa o economista João Loureiro, professor da Universidade de Economia do Porto.

Nos últimos três anos viveu-se uma situação de "especulação" bolsista, com muita gente a comprar acções não por acreditar na rentabilidade das empresas, mas por pura especulação, referiu o economista.

"Em Portugal aconteceu o mesmo", acrescentou.

"Vivia-se uma bolha especulativa" na generalidade dos mercados e agora os especuladores estão a vender, afirmou João Loureiro.

As ofertas públicas de aquisição (OPA) em Portugal e a onda de fusões e aquisições um pouco por todo o mundo elevaram a componente especulativa dos mercados, levando as bolsas a valorizarem mais do que aquilo que os resultados das empresas tinham implícito, segundo o mesmo especialista.

"Nesta altura, estamos perante um momento de correcção de muitas acções", afirmou o professor de economia, depois dos investidores terem tido a percepção de que os preços subiram de mais e terem começado a vender.

Os problemas no mercado hipotecário norte-americano parecem ter desencadeado essas ordens de venda mas não se sabe se vão continuar por muito tempo.

"Não é de esperar que os aumentos bolsistas se mantenham", mas o mais provável é que continuem a prolongar-se as quedas, antecipou o economista.

A grande questão agora é saber qual a dimensão das quedas e o seu efeito na economia real.

Se as desvalorizações se prolongarem no tempo e continuarem a ser elevadas, os investidores vão acumular menos-valias, restringindo a procura e, assim, ter um impacto negativo sobre a economia, admitiu João Loureiro.

Saber se esse impacto é relevante é "ainda difícil de dizer", no entanto, a actuação do Banco Central Europeu (BCE) na reunião de Setembro vai dar indicações sobre isso.

O mais provável é o BCE não subir as taxas de juro, ao contrário do que se esperava antes desta agitação bolsista, segundo o economista.

Se essa previsão se verificar será um sinal de que o BCE espera que a correcção bolsista tenha impacto no resto da economia. Se, pelo contrário, optar por voltar a subir o preço do dinheiro, então é porque acha que o efeito desta agitação sobre a economia real será insignificante.

Relativamente à hipótese da correcção bolsista vir a afectar a economia real, João Loureiro diz que ainda é cedo para saber se vai ser através de um abrandamento ou se irá resultar numa recessão.

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