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Correcção nas bolsas é "saudável" e pode abrir oportunidades de compra

Vários bancos de investimento defendem que a correcção nos mercados era esperada e por isso é bem-vinda, sendo que pode representar uma oportunidade de entrada em algumas acções e mercados.

Reuters
06 de Fevereiro de 2018 às 19:23
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A Bloomberg falou com responsáveis das gestoras de activos de oito bancos de investimento para estes analisarem a segunda-feira negra de ontem em Wall Street. A maioria diz que o movimento é saudável para corrigir dos ganhos recentes e que o aumento da volatilidade veio para ficar.     

 

Veja as declarações em baixo em discurso directo:

 

Emmanuel Cau  - JPMorgan Chase 


"Há quase dois anos que as acções a nível global não registavam uma desvalorização considerável, as avaliações ficaram mais apertadas e os indicadores de sentimento e posicionamento deram o sinal vermelho nas semanas mais recentes.

 

Este momento extremamente optimista ainda poderia prolongar-se por mais algum tempo no médio prazo, mas a nossa perspectiva é que os fundamentais continuam a dar suporte e devemos aproveitar as quedas recentes como uma oportunidade de compra. Pensamos que a Europa e o Japão oferecem o melhor retorno face ao risco, devido às avaliações mais atractivas e alavancagem operacional positiva.

 

Marcus Morris-Eyton - Allianz Global Investors


"Sem dúvida que as recentes quedas abalaram os investidores, depois de um longo período de subidas nos mercados com uma pouco habitual baixa volatilidade. As nossas expectativas apontam para que a volatilidade permaneça elevada, à medida que nos aproximamos de um pico de liquidez e os bancos centrais adoptem uma política monetária mais restritiva.

 

Isto, combinado com movimentos agressivos de vendas como o que assistimos ontem, que mostram poucas diferenças entre vencedores e perdedores, vai claramente criar oportunidades interessantes para os investidores que tenham nervos de aço e a capacidade de escolher as cotadas mais atractivas. Vemos movimentos de curto prazo como este como oportunidades atractivas a explorar.

 

Ao contrário do que costuma ser habitual quando acontecem desvalorizações tão fortes, a economia europeia está em boa forma, como mostra a recuperação dos resultados das empresas da região.

 

Michael Strobaek - Credit Suisse 


"Ainda consideramos que o actual ‘bull market’ está intacto e que tem potencial para ir mais longe. Ainda assim, como tivemos oportunidade de repetir em várias ocasiões, o ‘bull market’ não vai ser tão bom como em 2017, e terá maiores níveis de volatilidade, com as taxas de juro de curto prazo e as ‘yields’ [das obrigações] a encetarem um movimento ascendente.

 

A fuga ao risco nas acções não altera a nossa convicção no mercado accionista. Vemos os últimos desenvolvimentos como oportunidades de compra para os nossos clientes".

 

Bem Kumar - Seven Investment Management


No arranque do ano dissemos que uma das coisas que gostávamos de assistir era uma correcção no mercado para abanar algumas avaliações. Agora já a temos. Em muitos aspectos, era isto que os investidores estavam à espera.

 

Existe um sentimento de que isto é, de certa forma, a libertação de alguma baixa volatilidade reprimida a que assistimos no último ano. Adoptamos em todo o ano passado uma posição ‘underweight’ à espera que algo como isto iria acontecer.

 

Quando vemos uma queda como estas, é conveniente ter ‘cash’ para investir. Temos uma grande quantia de dinheiro há já algum temo e, nalguma altura vamos avaliar onde o vamos investir. Pode ser que tenha que ocorrer um pouco mais de sofrimento nas bolsas antes de começarmos a ver uma verdadeira oportunidade de compra.

  

William Hobbs - Barclays Wealth Management


Poucos esperavam que persistisse a pouco natural acalmia dos mercados do último ano. Muitos, como nós, até identificaram um mercado obrigacionista menos amigável como a fonte provável desta baixa volatilidade.

 

Os mercados ainda parecem tranquilos e é notável que os mercados emergentes, que têm maior risco, estejam a replicar as perdas de Wall Street e não a registar variações mais pronunciadas, de acordo com o beta que apresentam face às acções norte-americanas. Vamos ver se assim permanece, mas temos nos últimos meses modificado a exposição das nossas carteiras ao risco, aplicando nos activos onde os fundamentais melhor suportam as nossas perspectivas. Quer isto dizer que temos vindo a reduzir a sobreponderação aos EUA, para nos focarmos na Europa continental e mercados emergentes da Ásia – que é onde as perspectivas para os resultados nos parecem mais atractivas nesta altura.

 

A economia mundial ainda nos parece em boa forma. A próxima recessão ainda parece distante, a menos que apareça algum factor exógeno para estragar a festa. Até agora esta retracção parece um alerta sobre a baixa volatilidade, mas nada de muito sinistro até agora.

 

Otto Waser - R&A Group Research & Asset Management


"Este tipo de quedas normalmente traz compradores. Se é hoje e se é para o bem, não sabemos. Se tiver algum ‘cash’ de parte, certamente vão pensar que é atractivo. Ficaria surpreendido de assistíssemos hoje a mais uma queda de mais 4% nas bolsas dos EUA. Pensamos que esta correcção vem atrasada e tem os Estados Unidos como fonte - a Europa só está a ir atrás". 


Guillermo Hernandez Sampere
- MPPM EK


O Mister Robot (empresa de aconselhamento automático) fez o seu trabalho. Isto vai durar até a última ‘margin call’ ser fechada. Por quanto tempo? Não é possível responder porque o pânico pode gerar mais pressão vendedora. Mas há uma coisa que me deixa zangado: gastamos tanto tempo aa lidar com a nova regulação e a transacção para a MiFID II e as verdadeiras bombas podem ser transaccionadas sem qualquer regulação.

 

Assim que a poeira assentar, há mais resultados de empresas europeias para acompanhar.  

 

Julian Rimmer - Investec Bank PLC


O ajustamento às ‘yields’ mais elevadas das obrigações dos Estados Unidos foi, como sempre é, efectuado de forma desordenada – especialmente quando é exacerbada por ordens de venda harmonizadas por parte de meios automáticos – mas enquanto as perspectivas para as obrigações são negativas tendo em conta o crescimento económico global e a inevitabilidade das pressões inflacionistas, as perspectivas são favoráveis para as acções dos mercados emergentes.    

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