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"Bolsas da Europa de Leste podem subir mais cinco anos"

O desejo de cumprir os critérios de adesão à União Europeia e ao euro cria estabilidade e potencial de valorização em alguns mercados da Europa de Leste, de acordo com Glen Prentice, em entrevista ao Jornal de Negócios.

31 de Maio de 2007 às 10:05
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O desejo de cumprir os critérios de adesão à União Europeia e ao euro cria estabilidade e potencial de valorização em alguns mercados da Europa de Leste, de acordo com Glen Prentice, em entrevista ao Jornal de Negócios.

O gestor do fundo Euro Convergence da WestLB Mellon já ganhou 356% desde 2002.

Qual a diferença entre a Europa de Leste e os restantes mercados emergentes?

A principal diferença está no catalisador que sustenta a subida. Na Europa de Leste, vive-se um processo económico e político de adesão à União Europeia e ao Euro, o que leva a uma gestão muito prudente por parte dos Governos. Isto providencia uma grande base de crescimento para as empresas, que beneficiam da tentativa de baixar a inflação e as taxas de juro. Já a Ásia, por exemplo, é uma economia mais aberta e mais dependente do risco de abrandamento da economia norte-americana. E a América Latina, está muito ligada ao consumo nos EUA e à evolução do preço das matérias-primas.

Quais os melhores países para investir nesta região?

No ano de 2000, a WestLB Mellon decidiu fazer algo único para o seu fundo da Europa de Leste, por isso criámos o nosso "benchmark" em torno dos países europeus que estão a convergir com a União Europeia. Acreditamos bastante no que está a acontecer política e economicamente nestes países e isso tem um impacto positivo nas bolsas. A maior parte dos gestores utiliza o MSCI Eastern Europe como referência, mas o peso da Rússia acaba por ser muito grande. Mas como nós acreditamos no potencial dos países que estão a convergir com a Europa, não podemos estar tão presos à Rússia.

Que dados económicos destaca desses países da Europa de Leste?

Estes países estão em vias de entrar na União Europeia e na Zona Euro, o que os obriga a cumprir cinco ou seis parâmetros económicos. Na minha opinião, nos próximos três a oito anos, estes países deverão cumprir os critérios de Maastrich. Este processo político e económico vai continuar nos próximos anos, o que sustenta o potencial de subida do fundo.

Esse potencial de valorização pode manter-se por quanto tempo?

Tem sido difícil convencer os investidores sobre o quanto a Europa de Leste pode dar ganhos depois de anos tão bons. Na minha opinião, os ganhos podem manter-se durante mais três a cinco anos. E o produto deve continuar a dar 15% de retorno ao ano e a superar os fundos que investem nesta região e que estão demasiados expostos à Rússia.

Além da convergência económica com a Europa, qual o potencial destes mercados?

O crescimento do PIB continua acima do registado na Europa, nos EUA e na Rússia. Depois, estes países têm registado um elevado volume de fusões e aquisições, com destaque para o sector da banca e das telecomunicações. Ou seja, as empresas europeias estão a comprar empresas expostas a este crescimento económico. Por último, o investimento estrangeiro directo também tem estado a crescer. Os baixos custos laborais e os impostos também baixos, ajudam os accionistas a obterem mais lucros.

Que riscos identifica?

Estes mercados são mais voláteis. Se virmos maior aversão ao risco, seja por subida da inflação ou por uma razão externa, a generalidade das bolsas tenderão a cair. Mas essa queda será sentida com mais força na Europa de Leste. Depois há mais dois riscos: a dependência de financiamento externo, ou seja, os défices na balança comercial e na conta corrente. E a questão política. E esta vai sempre existir nos mercados emergentes. Mas após as eleições de 2006, o risco diminuiu, e os governos estão razoavelmente estáveis. O maior problema é a Turquia, onde vai haver eleições parlamentares e presidenciais. Mas se me perguntarem se eu quero estar investido na Turquia, eu digo que sim. É uma óptima história de longo-prazo e o mercado está avaliado a preços suficientemente atractivos para pagar o risco político.

Acompanha os mercados do Médio Oriente e de África. Quando se deve começar a investir lá?

Em África ainda é muito cedo para investir. Temos a África do Sul, Marrocos e Egipto, mas é melhor esperar cinco a dez anos. Quanto ao Médio Oriente também é melhor esperar um pouco.

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